sexta-feira, 1 de setembro de 2023

A História dos Emuladores de Mega Drive - Parte 4

Gens (1999)

Gens

Gens foi iniciado em Julho de 1999 pelo francês Stephane Dallongeville, o Stef, apenas como protótipo. Em Outubro de 1999, lança sua primeira versão para MS-DOS. Apesar disso, mais adiante se popularizou como um emulador simples de Windows. Os únicos emuladores que rodavam bem na época eram Genecyst e KGen98, mas rodavam apenas em MS-DOS, e o Gens queria ser o primeiro emulador modo Windows com bom desempenho, e na época, os únicos disponíveis para esse sistema eram DGen e Megasis, que não tinham tão bom desempenho assim. O projeto Gens teve muito apoio da cena Genesis, como Steve Snake do KGen98, Atani de ports para Windows de Generator e Genital, Charles MacDonald do SMS Plus de Master System, Red5 do site The Genesis Project por testar o emulador e criar sua documentação e Christian Schiller do site Eidolon's Inn, entre outros.

Gens (Interface/Menus)

A primeira versão do emulador era semi-funcional, executando apenas o depurador 68k criado por Stef, chamado C68K, e rodando jogos em formatos BIN e SMD. Em Novembro, começa a dar suporte à opção reset. No ano de 2000, integra à partir de Janeiro o emulador Z80 de Neil Bradley, adiciona 4 botões no segundo controle de Mega, dá suporte à frameskip e já consegue executar 50% das roms do console. Em Fevereiro, lança a versão para Windows com parceria com o DirectX, conhecida como Wgens, e lança ao mesmo tempo a última versão para MS-DOS. Nessa versão, adiciona save state no formato do famoso emulador Genecyst. A partir de Março, começa a dar suporte à som, tanto pelo chip Yamaha, quanto pelo PSG. Em meio de Março, começa a usar o processador 68k de Neill Corlett e começa a emular o DAC.

Gens (Mega Drive/Syd Valis)

Na penúltima versão de Março, já rodava 75% dos jogos, e na última do mês decide continuar usando o Z80 de Neil Bradley depois de trocar diversas vezes entre os meses de Fevereiro e Março a emulação pelo Z80 de Mitton. Também em Março adiciona suporte à taxa de som de até 44.100hz. Em Abril, adiciona suporte à joypad. Em Maio, começa a dar suporte à diretórios específicos para salvamento de screenshots, save states e outros e carregamento de roms em formato .ZIP. Em Junho, adiciona a textura de jogos 2xSAI, a mesma usada nos emuladores de SNES, ZSNES e Snes9x, além da opção de pause. Também adiciona o modo Scanline, o famoso TV Mode (ou modo TV). Em Junho adiciona som estéreo. Em Setembro adiciona Game Genie, VSync e suporte a idiomas, iniciando pelos idiomas espanhol e francês, chegando em Junho de 2001 à suportar 23 idiomas ao todo, incluindo o português, quando para de dar suporte aos mesmos e retorna com apenas o idioma inglês.

Gens (Sega CD/Batman Return)

Em Outubro, dá suporte à screenshot. No ano de 2001, começa a dar suporte em Abril à netplay via Kaillera. Em Agosto, adiciona o modo stretch, que estica a tela do jogo. Um de seus diferenciais foi a adição de suporte à Sega CD em Setembro, sendo o primeiro emulador de Mega Drive a ter essa opção. Com essa atualização, vem o menu de bios, que mais tarde também dá suporte a bios de outros consoles suportados pelo emulador. Em Outubro, traz a opção de escolha de até 64kb de SRAM para a emulação de Sega CD. Em 2002, começa a dar suporte à partir de Julho ao ajuste de cor, com opções de alteração em contrate e brilho. E por fim, em Agosto, começa a rodar jogos de 32X. Além de todas as funções citadas, o emulador também dispunha de salvamento de configurações do emulador, várias derivações de Scanline, mudança de região de jogo, entre outras. A última versão do emulador é de Outubro de 2002. Seu fim se deve muito à concorrência com o Kega, iniciado em Janeiro de 2002, e renascido como Kega Lazarus em Setembro de 2002, e que no futuro se tornaria o famoso Kega Fusion.

Gens (32X/Tempo)

Na ocasião de lançamento, Kega é elogiado por Stephane como um emulador com boa compatibilidade de jogos, e de melhor velocidade que o Gens. Além disso também tinha suporte a Master System e Game Gear que o Gens não tinha. Uma das poucas vantagens do Gens era ter começado o suporte à Sega CD antes do Kega. Sobre seu ícone do executável, adiciona em Abril de 2000 e modifica em Dezembro de 2000, e seu ícone/logo no alto do emulador, adiciona em Junho de 2000 e modifica em Julho de 2002. Em Maio de 2003, Gens foi portado por Caz para BeOS e em Julho de 2003 para Linux/SDL por Stéphane Akhoun, usando o núcleo do port de Caz como base. Gens rodava em um simples Pentium 200Mhz com 32Mb de memória RAM e placa de vídeo de 2Mb, uma configuração acessível no ano de 2002. Já para o Sega CD, era exigido um Pentium II 233Mhz. Para 32X, era exigido um processador de 800Mhz, com recomendação de até 1Ghz, o que na ocasião era considerada uma configuração de um computador top de linha.

Gens 2.12b e Gens 2.14 Souvenir

Em Janeiro de 2005, uma equipe oriunda do SourceForge lança uma atualização do emulador, com algumas correções de bugs e aumento de compatibilidade, chegando a 92% dos jogos executados. Ela é conhecida como Gens 2.12b. Essa versão também troca o ícone no alto do emulador, e foi muito usada como base para diversos clones/hacks do projeto. Depois disso, DarkDancer, criador da bifurcação de Gens, Gens32, lança uma versão em Maio de 2006 conhecida como 2.14, com alguns elementos do Gens32. Ela ficou conhecida com o codinome de Souvenir, que significa memória em francês, e é a versão de Gens mais conhecida até os dias de hoje. Ambas as duas versões tiveram a participação de Stef. Nessa fase, Stef também teve a ajuda dos influenciadores Rodrigo Cardoso da bifurcação de Gens, Gens Plus! de 2004 e Fox68k do emulador de NeoGeo CD para Dreamcast, NEO4ALL de 2005.

DualGens, sGens, Gens KMod, Gens (Nick o'DIMM), Gens Re-Recording e Gens + REWiND!

Gens32, Gens32 Ray, Gens Surreal, Gens/GS, Gens+ e RAGens

Por conta de seu enorme sucesso, Gens foi um dos emuladores mais clonados de todos os tempos. Tivemos versões clones de Windows como sGens em 2003, IDC Log Gens, Gens Re-Recording (também para Linux, com Nitsuja como um dos autores, que também ajudou na criação do FCEUX para NES), Gens (de autoria de Nick o'DIMM – nick ou-dem), DebuGens, Gens KMod e Gens Plus! (esse último se transformando em um multi-emulador Sega 8 e 16 bits) ambos em 2004, Gens32 em 2005, Gens Surreal (evolução do Gens32), Gens32 Ray (versão para PCs fracos do Gens Surreal) e Gens Tracer ambos em 2006, DualGens em 2008, Gens+ REWiND! e Gens/GS (também para Linux) ambos em 2009 e RAGens em 2018. Debu, Tracer e IDC são os únicos clones que não têm modificações aparentes na interface e créditos.

NeoGenesis (Xbox)

Para outros dispositivos, foi portado para Xbox por XPort, como GensX e NeoGenesis em 2003 e Gens_xport em 2004 e por Hikaru como Gens X em 2003, para Android como Gnome Gens em 2003 e TigerGens em 2012 e para Dreamcast, como Gens4All em 2008 (pelo espanhol Daniel Lancha, o Chui, criador do PSX4ALL para PSX e colaborador do emulador PicoDrive de SMD). Os ports interessantes que podemos destacar são do Gens/SG de 2009 que vem com a proposta de limpar o código-fonte e combinar recursos de vários outros ports de Gens. Houve uma segunda versão do emulador chamada Gens/GS II que começou a ser escrita entre 2014 e 2016, mas nunca foi terminada. O IDC Log Gens de 2004, conhecido também como GensHack, que tem um processo de entender instruções de montagens de uma rom. Gens Re-Recording de 2004, conhecido anteriormente por Gens Movie Test, que é especialista na gravação de vídeos e todas as ferramentas em torno disso, sendo um emulador muito usado pela comunidade TASVideos, um YouTube de jogos gravados em emuladores. E o DualGens de 2008, que foi desenvolvido para comparar diferenças entre roms. Os ports restantes acrescentam efeitos de imagem, vídeo, informações de partes técnicas do emulador e das roms em execução, entre outros.

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