domingo, 30 de julho de 2023

A História dos Emuladores de Master System / SG-1000 - Parte 1

Massage (1996)


Massage foi criado em Julho de 1996 pelo escocês James McKay, tendo sua primeira versão lançada em Outubro do mesmo ano para MS-DOS, sendo assim o primeiro emulador de Master System e Game Gear da história. Seu nome é a abreviação de Master System And Game Gear Emulator. Ainda em 1996, permitia jogos online, tendo sido o primeiro emulador de Master System a dar esse suporte, mesmo esse recurso ainda não estando depurado como deveria. Sua versão sem bugs foi lançada em Agosto de 1997. O emulador emulava som, tinha suporte à dois controles, ao código de trapaças Pro Action Replay, à save state e screenshot. O emulador também vinha uma interface simples, e tinha melhor compatibilidade de jogos que seu concorrente MasterGear. Sua emulação de som, o YM2413 FM, vinha das mãos de Hiromitsu Shioya. Seu emulador inicialmente era pago. O projeto do emulador começou inicialmente como uma extensão de outro emulador de James, o X128 que emulava o computador ZX Spectrum. Em Fevereiro de 1997, o site oficial do emulador muda para Sega Master System World, falando sobre a cena Master System, e em 1998 para Sega Emulator World, falando sobre a cena de emulação da Sega. Em 1998, James já estava cansado do projeto, e lançou em Janeiro do mesmo ano uma versão gratuita do emulador para marcar seu fim, prometendo uma versão final logo em seguida, que foi inesperadamente lançada paga em Abril do mesmo ano.


Um ano depois, promete lançar a versão 1.0, o que só acaba acontecendo dois anos depois em Março de 2001, agora de forma gratuita. Essa é considerada a versão mais estável do emulador. Ela vinha datada de Outubro de 1998. A versão foi lançada pelo webmaster do Sega Emulation World, Stephen Sharp. O autor nem se deu ao trabalho de lançar a própria versão. No texto é dito que o projeto havia acabado, e que outros emuladores melhores estavam no mercado, como era o caso do Meka. O site termina na mesma data do lançamento. De Fevereiro de 2000 à Novembro de 2003, James trabalhou em um emulador que suportava vários consoles, como os consoles 8 bits da Sega e Nintendo, Othello Multi Vision, ColecoVision, e os computadores MSX 1 e 2. O emulador seria lançado como Massage v1.2, mas nunca foi terminado. Nesse entremeio, James começa a participar da programação de jogos para consoles, como foi o caso de The Simpsons: Night of the Living Treehouse of Horror (2001) para Gameboy Color, All-Star Baseball 2004 (2003) para Gameboy Advance, Mega Man: Anniversary Collection (2004) e Stealth Force: The War on Terror (2005) para Playstation 2 e Arctic Tale (2007) para Gameboy Advance. James também criou na época do lançamento do Massage, um emulador feito na universidade para o PC X128. Também fez tentativas na ocasião de criar emuladores de Atari 2600 e Mega Drive, mas não foram bem sucedidos. Depois de 2007, não se soube mais de James.

MasterGear (1996)


MasterGear foi criado em 1996 por Marat Fayzullin, como sendo um emulador de Master System, GameGear e Sega Mark III. Sua criação foi com base em documentos técnicos sobre o console encontradaos na internet. O emulador de MSX que Marat desenvolveu serviu como base para a criação do MasterGear, que usava tecnologia semelhante ao antigo PC. Essa tecnologia também era semelhante no portátil Game Gear, e em os outros consoles da Sega, como Sega Mark III, SG1000, e outros, e foi aí que Marat os adicionou também no emulador, dando o nome ao mesmo de MasterGear. Uma de suas primeiras versões lançadas foi em Setembro de 1996, a 0.71, para MS-DOS, com suporte tanto à Master System, quanto à Game Gear. Na ocasião, além de criar port próprio para Unix, também ganhou ports para Macintosh por John Stiles, outro para Unix por Ian Spielman e outro para DOS por Thierry Lescot. 


Na mesma ocasião, teve também ports para RiscOS, AmigaOS, BeOS, OS/2, entre outros. A versão 1.0 é lançada em Dezembro de 1996. Por volta de Junho de 1997, o site Kagi lança uma versão online e shareware do emulador. Em algum lugar entre 1997 e 2001, o emulador começa a dar suporte a jogos de Sega Mark II. Em Agosto de 1998, é lançada a primeira versão para Windows, a 1.1, porém lançada paga. Foi a única versão paga do emulador. Por essa época a versão MS-DOS desaparece, acreditando eu que seja por conta do lançamento Windows. O valor inicial era de $35US. A partir de Janeiro de 2005, ao comprar a versão Windows, vinha junto a versão para DOS. Em 2006 o valor da versão Windows foi para $25US, caindo em 2008 para $19.99US, se tornando gratuita em Março de 2015, e desaparecendo a versão para MS-DOS.


Em Outubro de 1998, é lançada a versão 1.2, que traz diversos outros ports, como para Solaris, SunOS, Linux e OSF/1. Nessa mesma versão começa a funcionar os SG-1000 e SC-3000. Houveram outros ports do emulador, como para WindowsCE (cobrando $32US), outro port para Amiga e um port para PC98, ambos em 1998. Um desses ports para PC98 foi feito por Bero, criador japonês de emuladores para PSX, PC Engine e NES. Ele acabou portando o MasterGear também para PSX em 1997. Em Junho de 1998 a versão de PSX teve bugs consertados por Rasky dos projetos Psyke e PSEmu Pro, também de PSX. Houve também versões para OS/2 e Nintendo 64 (esse conhecido como UltraSMS) em 2000, Dreamcast (conhecido como DreamSMS) em 2001, além de port para o computador FM-Towns. E por fim, ao longo dos anos também houve ports para Maemo, Ubuntu, FreeBSD e PocketPC. Provavelmente foi o emulador de NES com mais ports entre todos.


Na versão do MasterGear de Outubro de 2000, a 1.4, o emulador começa a dar suporte ao som FM, do famoso chip YM2413. Em Janeiro de 2002, começaram a dar suporte SF-7000 na versão 1.5. Por volta de Novembro de 2006, cria sua primeira versão mobile, para o sistema Symbian dos telefones Nokia, por $9.99US, indo para $14,99US por volta de Março de 2007, e seguindo com esse valor até Março de 2015, quando o suporte é extinto. Chegou a ter um pacote com a versão Symbian, Windows e MS-DOS a partir de Outubro de 2007 por $24,98 US até também Março de 2015. Em Julho de 2011, lança sua primeira versão para Android pelo valor de $4,99US, o que fez quatro anos depois encerrar suas versões para PC e Nokia. Esse valor se mantem até os dias de hoje.


Sua última atualização foi em Abril de 2021. Marat teve ajuda de influenciadores da época, como Marcel de Kogel, ajudando no port para MS-DOS, Alex Krasivsky, criador inicial da biblioteca de som Adlib, James McKay do projeto Massage, além de Ian e John dos ports de Unix e Mac. Apesar de não ser de código aberto, Marat compartilha seu código com aqueles que querem portar seu emulador e que ele confia no projeto. A última versão do MasterGear saiu em Março de 2021.

Sparcade! (1996)


O emulador Sparcade! Começou seu desenvolvimento em Junho de 1995 como DASArcade por Dave Spicer. Foi um projeto de jogos clássicos de árcade criado de 1978 à 1989. Foi o primeiro projeto de emulação de arcade com execução de mais de um árcade/marca. Ainda em 1995, muda seu nome para Sparcade! Por volta de Setembro de 1995, lança sua primeira versão para MS-DOS. Em 1996, adiciona suporte à Master System e Game Gear. Esse suporte é dado até 1997, quando é descontinuado.


Dave chegou a mencionar em versões posterior do emuladores que Master System fazia parte dos consoles/arcades que os drivers ainda não haviam sido concluídos. Mencionou também que conforme os usuários fossem pedindo poderia os desenvolver melhor, mas não foi o caso do console da Sega. Sua última versão é lançada em Dezembro de 1999.

BRSMS (1998)


O BRSMS (Brazilian Sega Master System) foi desenvolvido pelo brasileiro Ricardo Bittencourt, conhecido também com RicBit, no ano de 1998 para MS-DOS. Foi um dos primeiros brasileiros a criarem emuladores. A primeira versão do emulador é datada de Abril de 1998. Foi o primeiro emulador de Master a ser lançado de forma gratuita, apesar de que três meses antes de seu lançamento, o Massage lançou uma versão gratuita.


Além de executar jogos de Master System, a partir de Novembro de 1998 começa a executar também jogos de Game Gear. Seguido por SG-1000 em Janeiro de 1999, SC-3000 em Março de 1999, e na última versão do emulador em Dezembro de 1999, o ColecoVision. Apesar de tudo isso, o que mais chamou a atenção mundialmente era a execução de jogos de Master e Game Gear na velocidade total usando um 486, um computador popular da época. Além disso havia emulação de som e voz, e até suporte para cabo serial, outro avanço para a época. A única deficiência do emulador era ter que arrastar os jogos da pasta para o emulador para que rodassem. Por ser um emulador modo DOS e por linha de comandos, algumas front-ends saíram para facilitar sua execução.


A primeira foi BRSMS Emu FrontEnd, criada em Janeiro de 1999 por ReptilE ProductionS. A segunda foi MasterFront, criada em Março de 1999 por Christian Schaefers. A tereira foi BrSMS FRONT, criada em Janeiro de 2000 por Ben Hyland. E a quarta foi BRSMS Brazilian Frontend, criada em Dezembro de 2001 por André Luiz Fernandes dos Santos. Em Agosto de 2011, Ricardo liberou publicamente o código-fonte do emulador. Um fato curioso.


Em Novembro de 2000, Ricardo esteve no MSX User Meeting, um evento de MSX em Jaú, interior de São Paulo, já que também era um grande entusiasta do MSX, tendo criado para ele o emulador BRMSX em 1997, que foi considerado e emulador mais rápido e preciso da época. Nesse evento teve a oportunidade de conhecer o brasileiro Rafael Rigues, o Sephiroth, que converteu o emulador DarcNES para modo DOS, emulador muito semelhante ao BRSMS, pois emulava sistemas como Master System, Game Gear, SG-1000 e ColecoVision.

quarta-feira, 26 de julho de 2023

A História do Master System / SG 1000



Depois do lançamento dos consoles SG-1000 e SG-1000 II em 1983 e 1984, a Sega, criadora clássica de jogos de arcade desde 1973, resolveu lançar um console a altura de seu rival Famicom, fazendo algumas modificações em seu hardware. Seu nome era Sega Mark III, e foi lançado no Japão em 1985. Seu hardware tinha um processador central NEC 780C (baseado no Zilog Z80) de 3.58 Mhz, 16kb de ram de vídeo e 4 canais de som mono através do chip SN76489. Sua diferença para os modelos anteriores da Sega eram as 64 cores totais e 32 simultâneas (os anteriores tinham apenas 16 cores possíveis), o processador de vídeo VDP (baseado no chip de vídeo das versões anteriores, o TMS9918) e a memória RAM de 8kb (os anteriores tinham memória de 2kb). O Mark III também tinha um add-on, ou seja, um acessório opcional, que trazia som FM para o console por meio do chip YM2413. Porém, apenas alguns jogos traziam essa possibilidade, já que precisavam ser criados para essa finalidade. Foram criados pouco mais de 40 jogos com suporte à som FM. Sega Mark III também possibilitava a retrocompatibilidade, podendo serem executados jogos das versões anteriores do console da Sega no aparelho, tanto em cartucho, quanto em cartões (usados nos consoles anteriores por meio de um add-on).


Para seu lançamento nos EUA em 1986, construíram apenas uma carcassa diferente para o console e o rebatizaram de Master System. Suas únicas diferenças para o Sega Mark era a não possibilidade de rodar jogos de cartuchos e cartões de SG-1000, SG-1000 II e Sega Mark III (somente com adaptador para os jogos de cartucho apenas) e a falta de suporte ao som FM, o que na versão japonesa, lançada em 1987, não existiu, já que suportava todos os cartuchos e cartões dos consoles da Sega (inclusive os cartuchos de Master System americano) e vinha com suporte à som FM integrado ao console, sem a necessidade de um add-on. Era comum na época existir essa diferença de compatibilidade por conta da regionalidade de cada console, para não haver competição entre diferentes países na produções de jogos para um mesmo sistema.


Apesar de sua superioridade de hardware em relação a seu concorrente Famicom, que tinha 1.79 Mhz de CPU contra 3.58 Mhz, 2kb de RAM e de vídeo contra 8kb de RAM e 16kb de vídeo e 48 cores totais e 25 simultâneas contra 64 cores totais e 32 simultâneas, nem na era Sega Mark III, nem na era Master System, superou o console da Nintendo em vendas. Apesar disso, fez muito sucesso na Europa e no Brasil, sendo lançados, respectivamente em 1987 e 1989. Em 1990, a Sega lança uma segunda versão do console nos EUA e Euorpa, chamada Master System II, uma versão compacta da aparelho, mais tarde lançada no Brasil como Master System III Compact. O Master System II no Brasil, lançado em 1991, era o mesmo Master System original, só que com preço menor e com Alex Kidd In Miracle World na memória.


Entre seus jogos, várias franquias de sucesso começaram no aparelho ou vieram dos arcades para ele, como de corrida, como Enduro Racer, Ayrton Senna's Super Monaco GP ii, Chase H.Q., OutRun, Hang-On e Road Rash. De puzzle, como Flash Point, Lemmings e Columns. De esporte, como FIFA, California Games, World Cup, Sega World Tournament Golf e a linha de jogos Great, como Golf, Baseball Masketball e outros. De ação/plataforma, como Action Fighter, Alex Kidd, Ghostbuster, Wonder Boy, Ninja Gaiden, Strider, Ghouls ‘n Ghosts, Golvellius, Asterix, Sonic Chaos, Kenseiden, Psycho Fox, Jurassic Park, Earthworm Jim e Sonic The Hedgehog. De beat em up, como Double Dragon, Altered Beast, Golden Axe, Black Belt, Streets of Rage e Renegade. De shmup/shoot em up, como Operation Wolf, After Burner, Space Harrier, Fantasy Zone, Power Strike, R-Type e Galaxian. De luta, como Virtua Fighter Animation e Mortal Kombat II. E de RPG, como Phantasy Star, Golden Axe Warrior e Dragon Crystal. Tambem houveram jogos de empresas, como Disney, como Mickey (Legend, Land e Castle of Illusion), Rei Leão, Pato Donald, Aladdin e Mogli. DC Comics, como The Flash e Batman Returns e Superman: The Man of Steel. Marvel, como Spider-Man vs. The Kingpin e Return of the Sinister Six, The Incredible Hulk e X-Men: Mojo World. E Warner, como Taz-Mania e Escape from Mars, Patolino (Daffy Duck In Hollywwod), Papa-Léguas e Coiote (Desert Speedtrap), Ligeirinho (Cheese Cat-Astrophe), Tom e Jerry (The Movie) e Os Flintstones. Jogos de anime também saíram, como Zillion, Borgman e Hokuto no Ken. Apesar de não ter havido concorrência direta com o Famicom, os dois consoles disputaram diversos ports, como Aladdin, Alien 3, Asterix, Back to the Future, Battletoads, Bubble Bobble, Juggle Book, Lion King, Operation Wolf, Pacman, Paperboy, Robocop 3, Strider, Terminator, Ninja Gaiden, Double Dragon, Jurassic Park e outros. Por fim, e não menos importantes, os jogos brasileiros, como Mônica no Castelo do Dragão, Chapolim x Drácula, Férias Frustradas do Pica-Pau, Castelo Rá-Tim-Bum, TV Colosso e outros.


O console é descontinuado em 1989, porém, nos EUA continua até 1991 e na Europa até 1996. Já no Brasil é vendido até os dias de hoje, com jogos produzidos no país até o final da década de 1990. O país no qual o console fez mais sucesso foi sem dúvida o Brasil.

Lançamentos do Master System no Brasil:

Master System (1989)
Master System II (1991)
Master System 3D (1991)
Master System III Compact (1992/1993/1998)
Master System Super Compact (1993)
Master System Super Girl (1993)
Master System III Collection (2002)
Master System III Collection (2004)
Master System III Collection (2005)
Master System III Collection (2006)
Master System III Collection (2007)
Master System III (2008)
Master System III Evolution (2011)
Master System® Plug & Play (2018)
Master System® Portátil (2018)

segunda-feira, 24 de julho de 2023

A História dos Emuladores de NES - Parte 6

Squeem (2000)


Squeem foi lançado em Fevereiro de 2000 para MS-DOS por Dead Body, e já vinha com interface (GUI) própria criada pelo autor. Squeem foi um dos pioneiros em adicionar plug-ins de som, vídeo e controle em emuladores de NES. Segundo seu criador, Dead Body, que na época tinha apenas 15 anos, não sabia que um ano antes o emulador Pretendo havia feito o mesmo. Os criadores do Pretendo depois acabaram o ajudando no projeto. Dead fez tudo do zero, se inspirando nos plug-ins do primeiro emulador de PS1, o PSEmu Pro. Em seu início, rodava sem som, acelerado, com bugs e com poucos jogos compatíveis. Ainda em Fevereiro, é lançada sua segunda versão, agora para Windows. Dead intercalava os lançamentos, ora com uma versão para Windows, ora com uma versão para DOS.


Em Março, adiciona o suporte aos plug-ins, junto com plug-ins de vídeo (Glide) e de joystick próprios, além de modo tela cheia. Em Abril, começa a dar suporte à save state, Famicom DiskSystem, plug-in de som, frameskip, além de reescrever seu sistema de mapeadores e criar seu próprio emulador 6502, intitulado Dead6502. Desde o início, usava o emulador m6502 de Neil Bradley, que continuou usando por mais um tempo até implementar seu próprio. Em Maio, adiciona o modo scanlines e Game Genie. Em Dezembro, reescreve completamente o emulador. Sua última versão é lançada em Abril de 2001. Nela, vinha com suporte à netplay e diversos modos de vídeo e som, na sua maioria plugins DirectX (lembrando que os plug-ins eram baixados separadamente).


Outro de seu diferencial era a escolha de núcleos de CPU. Ele disponibilizava três de seus núcleos Dead6502, além do núcleo Nes6502 de Matt Conte e s6502 de Shu Kondo. Também trazia a possibilidade de se escolherem as APU's, que eram processadores de áudio, disponibilizando os de Matt Conte e Xodnizel e paletas de Chris Covell, Matt Conte, Kevtris e Roni. Para uma melhor experiência, você precisava ir testando os plug-ins, processadores e paletas entre si e ver qual era a melhor compatibilidade. As vezes certas combinações mutavam o jogo ou o aceleravam, por exemplo. O projeto também dava suporte à screenshot no formato .BMP e pause (isso já nas primeiras versões), reset (já nas últimas versões) e screenshot no formato .PCX (na última versão), entre outros. Squeem foi um emulador bastante promissor, com inclusive projeto para versão Linux iniciado em cima de seu último lançamento, mas nunca lançada. Dead Body criou outro emulador de NES em 2002 chamado Marijuanes e que teve apenas uma versão lançada.

Nintendulator (2002)


Nintendulator foi um projeto que se iniciou por Quietust usando um recém-falido emulador como base chamado NinthStar NES de autoria de Akilla, com apenas uma versão lançada em Janeiro de 2001. NinthStar em seu início queria se tornar um sistema multi-consoles, mas a ideia acabou sendo abandonada junto com o projeto. Quietust refez várias coisas no emulador. Também usou dll's mapeadoras do emulador NESten até Abril de 2003.


Entre suas várias opções, executava formatos conhecidos de jogos de NES da época, como NSF, UNIF, iNES e FDS, esse última pertencente aos jogos de Disk System. Também dava suporte a Game Genie, quatro controles, save state e gravação de vídeo. Ao longo de sua existência, teve pouquíssimos lançamentos, sendo lançado em Junho de 2002 para Windows, e tendo outras oito atualizações em Março de 2005, Janeiro de 2006, Junho de 2009, Janeiro de 2010, Agosto de 2014, Janeiro de 2019 e Março e Julho de 2022. Nos tempos atuais, é considerado ao lado do Nestopia e do FCEUX, um dos três emuladores mais populares de NES.

Nestopia (2003)


Nestopia foi desenvolvido a partir de meados de 2002 por Martin Freij em C++. O primeiro lançado foi em Junho de 2003 para Windows, e tinha como diferencial a exigência de CPU, com o requisito mínimo de 800 Mhz de processador, o que não era pouco na época. Isso se devia a sua alta precisão na emulação. Também foi conhecido como um dos emuladores com maior compatibilidade de jogos. Tudo isso o fez ser considerado o melhor emulador de todos os tempos, sendo usado até os dias de hoje, mesmo após seu término. O emulador tinha suporte às principais ferramentas do NES e de seus emuladores concorrentes, como sincronia CPU/PPU, netplay kaillera, filtros de imagem, suporte à VS System e Disk System, jogos em formato UNIF, FDS, NSF, INES e outros, Game Genie, save state, gravação de vídeo e som em AVI e WAV, screenshot, além de suporte à vários controles e teclados. Ele também permitia a personalização de som, com alterações em vários canais, alterações de ruídos, de bits, de hertz, entre mono e estéreo, além de permitir escolha entre o driver de som a se usar. E personalização de vídeo, com alteração de resolução, filtros, bits, paletas, brilho, saturação, cor, tonalidade, e também escolha de drivers de vídeo. Outros de seus diferenciais era ter um player de arquivos NSF, que eram os arquivos originais de som do NES, e um editor de rom, com modificações entre NTSC, PAL, memória RAM e ROM, para console ou arcade, tela horizontal ou vertical, entre outros. Como vários outros projetos, teve ajuda de muitos influenciadores do meio, como Marat Fayzullin do iNES com documentos, Matthew Conte com informações de processamento de áudio, CaH4e3 do projeto FCEU-MM com informações de mapeamento, Xodnizel do FCE Ultra também com mapeamentos, Yoshi com a documentação nestech.txt, entre muitos outros.


A versão para MacOS X sai em Dezembro de 2003 por Richard Bannister, maior nome de ports e emuladores para Macintosh, que continua a atualiza-la mesmo após o término do projeto original. A última atualização da versão Mac sai em Maio de 2021. Houve também uma outra versão para MacOS X por volta de Julho de 2007 por Deamoncollector. Já a versão Linux sai em Maio de 2007 por Richter Belmont, que havia deixado no passado o projeto Emuhype, que desenvolvia emuladores para arcades. A última versão do Nestopia é lançada em Junho de 2008. O emulador teve 32 atualizações ao todo. Houve uma tentativa de port para Nintendo 3DS chamado Nestopia3DS em 2006, mas isso nunca se concretizou. Nestopia foi portado para Xbox em 2010 por Nes6502 com o nome de NestopiaX. Também é portado para PS3 com o nome de NestopiaPlus, rodando também em Linux e Windows, e para iOS como apenas Nestopia, ambos em 2013. Ainda em 2013, é adicionado ao emulador multi-sistemas OpenEmu para MacOS X. Nestopia sempre foi de código aberto, o que propiciou a criação de vários ports e bifurcações do mesmo. Em Abril de 2010, foi criado um hack do emulador por Keith Kelly, conhecido como Nestopia 1.41.1 Unofficial. Seu intuito era corrigir um lag de joypad do emulador original que se consistia em atraso quando a opção VSync era ativada. Em Maio de 2011 foi atualizado por Geestarraw, adicionando suporte de tela inteira para monitores secundários em PC's com mais de 1 monitor. O mesmo autor criou mais uma atualização em Setembro de 2012. Em Janeiro de 2013, notBald altera a versão de Geestarraw adicionando diversos filtros de imagem. Ele cria no mesmo mês as versões 1.41.2 e 1.41.3. 


Um pouco antes, em final de 2012, Dan Brook cria uma bifurcação do Nestopia, chamada Nestopia Undead Edition (algo como edição vivo-morto), conhecida como Nestopia UE. Esse projeto une atualizações das versões de Geestarraw, Keith, notBald (mais adiante), e da versão 1.40 A-H para MacOS X de Bannister. O emulador é lançado para Windows e Linux (executado também em Open/Free/NetBSD, além de Ubuntu) também em 2012, e em Janeiro de 2016 tem port para MacOS X. Entre outros sistemas. O projeto adicionou, entre outros, uma nova interface (GUI), modo fullscreen com resolução nativa, renderização em OpenGL e save state em SRAM (ou seja, para dispositivos somente leitura). Suas principais atualizações foram versões otimizadas para vários sistemas diferentes. O Nestopia UE foi portado por volta de Fevereiro/Março de 2013 para libretro/RetroArch por themaister (criador do RetroArch) e twinaphex. Em 2020, se junta ao Nestopia UE, Rupert Carmichael, ajudando Brook no projeto. A última atualização de Nestopia UE é feita em Agosto de 2021.

Outros Emuladores


Houveram outros emuladores de Nes, como Vortendo, Famtasia, NesEM, Mesen, LoopyNES, G-Nes, FakeNES, madNES, no$nes, PlasticNES, QuickNES, TNES, Nezulator, VirtuaNES, uNESsential, DNES, além de AmiNES, CoolNESs e A/NES, ambos para Amiga, Nestra e TuxNES para Linux, Godlenes para Atari Falcon, Graybox e QNES para MacOS, entre muitos outros. O NES chegou a ter no entorno de 100 projetos de emuladores. Sem dúvida o console que mais gerou emuladores na história, seguindo sua história de um dos videogames mais populares de todos os tempos.

PlasticNES                                                             LoopyNES

Sobre versões para consoles e portáteis, além das já citadas anteriormente, tiveram muitas outras, como para os consoles Dreamcast, PS1, PS2, PS3, N64, os portáteis GB, GBA, NDS, Gamepark 32, GP2X, os sistemas Java e JavaScript, os sistemas portáteis Windows Phone, iOS, Android, PalmOS, além dos Pocket PC's, totalizando dezenas de emuladores e ports.

  uNESsential                                                                          

Em emuladores multi-sistemas, rodou no NesMac (de GB e GBC) em 1997 para MacOS, SmartGear (de GameBoy Color, GameGear e Sega Master System) e MESS (de computadores e consoles) ambos em 1998, Yame (de TurboGrafx 16, SNES e GB) em 2002, MAME (de arcade) em 2004, CrabEmu (de Sega 8 Bits e Colecovision) em 2015 e VDMGR (de Colecovision, MSX, Sega 8 Bits e outros) em 2017.

MS-DOS: RADARnes, FakeNES, DragoNes, uNESsential, TNES, Nezulator, NesEM, NES-Lord, madNES, PlasticNES, LoopyNES, mIRCNES, Utimate Nes, DNES, Emutator
Windows: G-Nes, NESten, no$nes, VirtuaNES, QuickNES, Famtasia, Vortendo, puNES, Mesen
Linux: Nestra, TuxNES
Amiga: AmiNES, CoolNESs, A/NES
Atari Falcon: Godlenes
MacOS: Graybox, QNes

A História dos Emuladores de Nintendo 64 - Parte 4

Mupen64 / Mupen64Plus (2001) Mupen64 é o último grande projeto da era de ouro da emulação de N64 a ser criado. O projeto começa no ano de 20...

Total de visualizações de página