domingo, 22 de outubro de 2023

A História dos Emuladores de 3DO

O primeiro projeto de 3DO a ser desenvolvido foi o 3DOpen criado Novembro de 1999 por Invictus para possivelmente os sistemas Windows e Linux. Em em seu primeiro mês já decifrava como rodar um jogo de 3DO e por qual modelo gráfico se decidir, Glide ou OpenGL. Chegou também a criar na época um documento chamado notebook 3DO, com todas as informações técnicas que coletava do console. Conseguiu a ter um bom progresso com o layout de CD e até um depurador começou a construir. Porém, por não conseguir ver grande progresso, se sentir pressionado pelas dezenas de e-mails que recebia por dia e também por ter esposa e filhos pra cuidar, resolveu desistir do projeto. Na ocasião até pensou em construir outro emulador que pedissem à ele e que fosse mais fácil de construir, mas no final desistiu de vez do 3DOpen. O projeto teve durabilidade entre 1 à 29 de Novembro.

FreeDO (2003)

FreeDO

O primeiro emulador de 3DO a ser lançado começa a ser desenvolvido em 2002 por Allen Wright e Felix Lazarev, com apoio de John Sammons e Alexandr Troosh. Tudo começou quando a esposa de Allen queria um console 3DO para relembrar à juventude. Após comprar um aparelho de segunda mão, Allen começou a admirar o hardware original, que estava muito à frente de seu tempo no seu lançamento, e resolveu desenvolver um emulador do mesmo. Ele passou alguns meses estudando o trabalho de feito alguns anos antes pelo japonês Kashi e pelo russo Troosh na tentativa de desenvolvimento de um emulador para o console. Em Abril de 2002, surge Felix que se oferece para liderar a codificação do hardware do console da Panasonic, e junto com Troosh e Jammons, começam o projeto, desenvolvendo em poucos dias a primeira versão alfa do emulador ainda em Abril.

FreeDO (Menus)

Um ano depois é finalmente lançado publicamente, em Abril de 2003 com sua primeira versão beta para Windows. Para uma execução mínima do emulador era recomendado um Pentium 3 de 1.0Ghz e execução em perto de 100% um Pentium 4 com também 1.0Ghz de velocidade. Já memória RAM era recomendado de 64 MB em diante. Em Maio e Junho em 2003, saem mais duas versões, a 1.3 e 1.4. Em seu lançamento, ainda não oferecia suporte completo à CD-ROM, mas já rodava arquivos em formato .ISO. A partir de Fevereiro de 2004, na versão 1.6.2, começa a dar suporte completo ao dispositivo. Em Outubro de 2004 lançam mais uma versão, a 1.7, e o projeto dá uma pausa. Em Agosto de 2006, Maxim Grishin, o Altmer se junta ao grupo. No final daquele mês lançam mais uma versão do FreeDO, a 1.8. Em Janeiro de 2007 é lançada a versão intitulada 1.9.

FreeDO (Road Rash/Configuração de Controle)

FreeDO já estava em desenvolvimento para ports para Pocket PCs, MacOS X e GP2X, mas isso acabou nunca ocorrendo. Depois disso o emulador tem um grande hiato, retornando em 2009. Na ocasião, mudam o ícone do emulador e a marca da equipe para The FreeDO Project. A primeira versão lançada nesse retorno foi em Setembro de 2009, como 2.0.2 Alfa. A versão definitiva sai em Janeiro de 2010, como 2.1. E desde então nunca mais FreeDO teve uma atualização, sendo em seguida superado por 4DO, o emulador que se torna a marca do 3DO no mundo da emulação. Após seu termino, a equipe resolve abrir seu código fonte em Novembro de 2010. FreeDO teve várias opções de uso. Na parte de vídeo, tinha melhorias na qualidade, com a opção higher resolution, além de suporte a frame skip e outros. Tinha suporte à save states, screenshot (chamado antigamente de snapshot) e precisava de uma bios para rodar os jogos, como todo o console por via compact disc (CD).

FreeDO (Interfaces)

FreeDO também tinha a função ARM, em alusão a tecnologia usada em seu processador principal, que da a opção de aumentar os MHz da CPU, trazendo maior velocidade aos jogos, por isso também a exigência de um bom computador para executá-lo. Em seu encerramento, emulava praticamente tudo 100% do emulador, a CPU, o DSP (que é um microprocessador digital), PBUS (que faz a comunicação de todos os joypads suportados no console), CD-ROM, DAC (que dá clareza visual aos jogos), entre outros. Sobre sua front-end, adiciona fundo à mesma a partir de 2004, com três fundos diferentes que se alternam entre si a cada vez que o emulador era executado. Sobre seu logo, muda apenas uma vez, no ano de 2009. A única bifurcação que o emulador teve foi a 4DO em 2011. Sobre sua compatibilidade, dos 83 jogos testados 45 rodaram bem, 19 mais ou menos e 19 ruins. Rodaram bem uma porcentagem de 50% dos jogos testados o que torna preliminarmente um desempenho mediano na emulação.

4DO (2011)

4DO

4DO (ou fourDO) foi desenvolvido em 2011 por Johnny Dude, depois da liberação do código fonte do emulador FreeDO. Seu primeiro lançamento é feito em Agosto de 2011 para Windows. Em sua primeira versão era simples, com apenas carregamento de bios e salve state. Seus recursos interessantes eram adição de plug-ins de vídeo, áudio e input, como nos emuladores de PSX. Posteriormente esse recurso foi retirado. Em sua primeira versão, assinava o emulador como FourDO (de forma escrita), alterando isso na segunda versão, lançada no mesmo mês, para 4DO (com o Four escrito de forma numérica). Seu primeiro beta é lançado em Outubro de 2011 para Windows. Em Fevereiro de 2012, o recém criado emulador 3DO Play, de Viktor, foi incorporado ao código fonte central baseado no FreeDO, trazendo melhorias ao emulador, com ainda no mesmo mês suporte à alguns idiomas, como francês, russo, chinês e português, sendo esse último graças a contribuição de Enio Marconcini.

4DO (3DO/Interface)

Posteriormente também são adicionados os idiomas espanhol e alemão. A partir de Março de 2012 começa também a lançar suas versões no modo installer, dando a possibilidade de instalação do emulador no sistema além do método habitual de descompactação. Em Setembro de 2013 teve um hiato de mais de dois anos sem lançamentos. O última lançamento do 4DO foi em Dezembro de 2015. Na última versão já dava suporte à scarling mode, screenshot, avanço de quadros, pause, controle de volume e configuração de até 6 joypads. O emulador teve 44 lançamentos ao todo, sendo 13 alphas e 31 betas. Dos 263 jogos lançados para o console, 181 foram testados no 4DO, e desses 172 rodaram bem, 6 medianamente e 3 não rodaram bem. O emulador chegou a ter uma versão para Android desenvolvida a partir de Setembro de 2015, mas nunca foi a frente. Também estava desenvolvendo uma versão para Linux, que também nunca foi lançada.

4DO (Menus)

Em Dezembro de 2014, começa a rodar no LibRetro/RetroArch. O projeto já era desenvolvido desde início de 2014 em cima da penúltima versão do 4DO, a 1.3.2.3 de Setembro de 2013, e era conhecido como 4DO/LibFreedo. Por conta do encerramento do projeto 4DO, o grupo LibRetro o reescreveu, reestruturou e adicionou novos recursos em Outubro de 2018, mudam seu nome para Opera em Fevereiro de 2020 para não haver confusão entre os dois projetos. Opera seria então uma bifurcação de 4DO. O projeto 4DO/LibFreedo chegou a ser trabalhado também em 2014 pelo multi-emulador OpenEmu de MacOS, mas nunca foi lançado em seu projeto. Parece que em 2021 o OpenEmu ainda estava desenvolvendo esse projeto, batizado por eles como 4DO-Core. 4DO é considerado o emulador mais popular do 3DO.

3DO Play (2011)

3DO Play

O projeto 3DO Play foi criado pelo russo Viktor Ivanov em 2011, com a primeira versão beta lançada em Outubro de 2011 para Windows. O projeto nasce como uma bifurcação do FreeDO. Desde a primeira versão já lançava a versão em inglês do emulador em conjunto com a versão russa.

3DO Play (Interface/Sobre)

O emulador dava suporte à extensões como .BIN e .ISO, exigia bios para rodar, tinha aceleração de CPU, controle de volume, save states, screenshot, skip frame e configuração de apenas 1 input de joypad. Uma curiosidade dele é que para a execução de joypads ele trazia junto consigo o aplicativo JoyToKey, que serve para configurações externa de joypads usando principalmente em jogos para PC sem esse suporte, configurando as teclas do teclado como comandos do joypad.

3DO Play (Configuração de Controle/Menus)

3DO Play foi o emulador que menor vida teve. Talvez um ano desde o início do projeto. Em Fevereiro de 2012, se funde ao emulador 4DO, e começa a fazer parte da equipe de Johnny Dude. O último lançamento do 3DO Play foi em 12 de Fevereiro, e o lançamento da versão do 4DO fundida com o 3DO Play foi oito dias depois, em 20 de Fevereiro. São lançadas oito versões ao todo do 3DO Play. Victor permaneceu no projeto 4DO até seu término em Dezembro de 2015.

Phoenix (2014)

Phoenix

O projeto Phoenix, conhecido também como PhoenixEmuProject, é iniciado pelo russo Grishin Maxim Leonidovich, ou como é conhecido no ocidente, Maxim Grishin ou somente Altmer, em Agosto de 2006. Na ocasião fazia parte do projeto FreeDO, e foi ajudado pelos membros do projeto em seu emulador. Ele tinha a esperança de refundar o emulador FreeDO, mas acabou não obtendo apoio do grupo, e então seguiu seu projeto sozinho. O nome Phoenix se deve ao jogo Phoenix 3 para o console que Altmer ganhou junto com o console em sua infância.

Phoenix (ColecoVision/Antarctic Adventure)

Phoenix (SG-1000/Wonder Boy)

Phoenix (Game Gear/Batman Returns)

Phoenix (Sega Master System/Monaco GP)

O emulador só acaba sendo lançado oito anos após seu início, em início de 2014 para Windows e Linux. Nessa ocasião, Altmer já havia reescrito o emulador do zero. O emulador consegue desenvolver 100% de compatibilidade com os jogos do console. Em Julho de 2015 começa a dar suporte ao modo 64 bits para Windows e Linux. Em Abril de 2016, traz a possibilidade de ser traduzido em outras línguas, por meio do arquivo translation.xml, o que nunca acabou ocorrendo.

Phoenix (3DO/Road Rash)

Phoenix (Atari Jaguar/Rayman)

Phoenix (Configuração de Controles)

Em Maio de 2016, se torna um emulador multi-consoles, adicionando inicialmente o ColecoVision, seguido de Master System em Agosto de 2016, SG-1000 e Game Gear em Outubro de 2016 e Atari Jaguar em Maio de 2017. Em Maio também começa a criar o acesso à CD-ROM para jogos de 3DO, algo que de fato nunca foi concretizado de fato. Todos os emuladores rodaram quase 100% dos jogos. O emulador também dava suporte à salto de quadros, save states, screenshot, modo tela cheia, filtros como 2xSAI, entre outros.

Phoenix (3DO/Super Street Fighter II Turbo)

O único impecilho de Phoenix era estar disponível apenas em russo. Suas recomendações de execução pedem principalmente um processador de 1.6 GHz em diante, e com processador de 64 bits para a emulação do Jaguar. Seu último lançamento é datado de Junho de 2017. O emulador teve 36 versões beta lançadas ao todo. Em Janeiro de 2018 ganha uma versão para MacOS X. Em Fevereiro de 2016, Phoenix é lançado para Android e colocado na Play Store. O diferencial é que é lançado em uma série de emuladores separados. Inicialmente lança Real3DOPlayer de 3DO e NumPadPlayer de ColecoVision. Em Outubro de 2016 chega GearMasterPlayer de SMS e GG. E por fim em Junho de 2017 chega IrataJaguar de Atari Jaguar. Todos são atualizados até Novembro de 2019, quando são descontinuados, deixando a Play Store.

Outros Emuladores

3D'OH

Além dos projetos já citados, em Agosto de 2013 surge um projeto bastante promissor de emulador o 3DO, chamado 3D'OH criado por Guaripolo para os sistemas GNU (semelhante ao sistema UNIX) e Linux. Ele foi criado especificamente para rodar em portáteis, como PandoraOS, SteamOS e Debian 8. Um port para Dreamcast também chegou a ser desenvolvido em Janeiro de 2014 através da biblioteca KallistiOS de criação de jogos para o console. O projeto prometia saída de áudio, vídeo e entrada com base na biblioteca SDL, além de saída opcional de vídeo em OpenGL. Ele era uma bifurcação do FreeDO, mas também usava alguns códigos do 4DO. O emulador chegou a ser lançado como alfa em Agosto de 2013 e segundo lançamento em Janeiro de 2014, com suporte à som estéreo de 44.100 Hz, joypad, teclado e até alguns jogos como Gex, Need For Speed, Fifa International Soccer e Doom, como mostravam os prints na página do projeto. Infelizmente nunca teve um lançamento público e o projeto acabou na segunda versão do mesmo.

O 3DO foi o último console das gerações antigas a ganhar um emulador. Isso muito provavelmente se deve a dois fatores. A falta de popularidade que o console teve, atrelada a dificuldade de criação de emuladores de consoles a base de CD. Veja os exemplos do PS1, Sega Saturn, Sega CD e PC Engine CD, que tiveram suas emulações consideráveis muitos anos depois de seus lançamentos.

Sobre multi-emuladores, além do já citado RetroArch que deu suporte ao console a partir de Dezembro de 2014, o MESS também suportou o console a partir de 2007.

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