segunda-feira, 24 de julho de 2023

A História dos Emuladores de NES - Parte 6

Squeem (2000)

Squeem (MS-DOS)

Squeem foi lançado em Fevereiro de 2000 para MS-DOS por Dead Body, e já vinha com interface (GUI) própria criada pelo autor. Squeem foi um dos pioneiros em adicionar plug-ins de som, vídeo e controle em emuladores de NES. Segundo seu criador, Dead Body, que na época tinha apenas 15 anos, não sabia que um ano antes o emulador Pretendo havia feito o mesmo. Os criadores do Pretendo depois acabaram o ajudando no projeto. Dead fez tudo do zero, se inspirando nos plug-ins do primeiro emulador de PS1, o PSEmu Pro. Em seu início, rodava sem som, acelerado, com bugs e com poucos jogos compatíveis. Ainda em Fevereiro, é lançada sua segunda versão, agora para Windows. Dead intercalava os lançamentos, ora com uma versão para Windows, ora com uma versão para DOS.

Squeem (MS-DOS)

Em Março, adiciona o suporte aos plug-ins, junto com plug-ins de vídeo (Glide) e de joystick próprios, além de modo tela cheia. Em Abril, começa a dar suporte à save state, Famicom DiskSystem, plug-in de som, frameskip, além de reescrever seu sistema de mapeadores e criar seu próprio emulador 6502, intitulado Dead6502. Desde o início, usava o emulador m6502 de Neil Bradley, que continuou usando por mais um tempo até implementar seu próprio. Em Maio, adiciona o modo scanlines e Game Genie. Em Dezembro, reescreve completamente o emulador. Sua última versão é lançada em Abril de 2001. Nela, vinha com suporte à netplay e diversos modos de vídeo e som, na sua maioria plugins DirectX (lembrando que os plug-ins eram baixados separadamente).

Squeem (Windows) (Greatest 18 Holes of Major Championship Golf)

Outro de seu diferencial era a escolha de núcleos de CPU. Ele disponibilizava três de seus núcleos Dead6502, além do núcleo Nes6502 de Matt Conte e s6502 de Shu Kondo. Também trazia a possibilidade de se escolherem as APU's, que eram processadores de áudio, disponibilizando os de Matt Conte e Xodnizel e paletas de Chris Covell, Matt Conte, Kevtris e Roni. Para uma melhor experiência, você precisava ir testando os plug-ins, processadores e paletas entre si e ver qual era a melhor compatibilidade. As vezes certas combinações mutavam o jogo ou o aceleravam, por exemplo. O projeto também dava suporte à screenshot no formato .BMP e pause (isso já nas primeiras versões), reset (já nas últimas versões) e screenshot no formato .PCX (na última versão), entre outros. Squeem foi um emulador bastante promissor, com inclusive projeto para versão Linux iniciado em cima de seu último lançamento, mas nunca lançada. Dead Body criou outro emulador de NES em 2002 chamado Marijuanes e que teve apenas uma versão lançada.

Nintendulator (2002)

Nintendulator

Nintendulator foi um projeto que se iniciou por Quietust usando um recém-falido emulador como base chamado NinthStar NES de autoria de Akilla, com apenas uma versão lançada em Janeiro de 2001. NinthStar em seu início queria se tornar um sistema multi-consoles, mas a ideia acabou sendo abandonada junto com o projeto. Quietust refez várias coisas no emulador. Também usou dll's mapeadoras do emulador NESten até Abril de 2003.

Nintendulator (Interface)

Entre suas várias opções, executava formatos conhecidos de jogos de NES da época, como NSF, UNIF, iNES e FDS, esse última pertencente aos jogos de Disk System. Também dava suporte a Game Genie, quatro controles, save state e gravação de vídeo. Ao longo de sua existência, teve pouquíssimos lançamentos, sendo lançado em Junho de 2002 para Windows, e tendo outras nove atualizações em Março de 2005, Janeiro de 2006, Junho de 2009, Janeiro de 2010, Agosto de 2014, Janeiro de 2019, Março e Julho de 2022 e Julho de 2024. Nos tempos atuais, é considerado ao lado do Nestopia e do FCEUX, um dos três emuladores mais populares de NES.

Nestopia (2003)

Nestopia

Nestopia foi desenvolvido a partir de meados de 2002 por Martin Freij em C++. O primeiro lançado foi em Junho de 2003 para Windows, e tinha como diferencial a exigência de CPU, com o requisito mínimo de 800 MHz de processador, o que não era pouco na época. Isso se devia a sua alta precisão na emulação. Também foi conhecido como um dos emuladores com maior compatibilidade de jogos. Tudo isso o fez ser considerado o melhor emulador de todos os tempos, sendo usado até os dias de hoje, mesmo após seu término. O emulador tinha suporte às principais ferramentas do NES e de seus emuladores concorrentes, como sincronia CPU/PPU, netplay kaillera, filtros de imagem, suporte à VS System e Disk System, jogos em formato UNIF, FDS, NSF, INES e outros, Game Genie, save state, gravação de vídeo e som em AVI e WAV, screenshot, além de suporte à vários controles e teclados. Ele também permitia a personalização de som, com alterações em vários canais, alterações de ruídos, de bits, de hertz, entre mono e estéreo, além de permitir escolha entre o driver de som a se usar. E personalização de vídeo, com alteração de resolução, filtros, bits, paletas, brilho, saturação, cor, tonalidade, e também escolha de drivers de vídeo. Outros de seus diferenciais era ter um player de arquivos NSF, que eram os arquivos originais de som do NES, e um editor de rom, com modificações entre NTSC, PAL, memória RAM e ROM, para console ou arcade, tela horizontal ou vertical, entre outros. Como vários outros projetos, teve ajuda de muitos influenciadores do meio, como Marat Fayzullin do iNes com documentos, Matthew Conte com informações de processamento de áudio, CaH4e3 do projeto FCEU-MM com informações de mapeamento, Xodnizel do FCE Ultra também com mapeamentos, Yoshi com a documentação nestech.txt, entre muitos outros.

Nestopia (Beetlejuice)

A versão para MacOS X sai em Dezembro de 2003 por Richard Bannister, maior nome de ports e emuladores para Macintosh, que continua a atualiza-la mesmo após o término do projeto original. A última atualização da versão Mac sai em Maio de 2021. Houve também uma outra versão para MacOS X por volta de Julho de 2007 por Deamoncollector. Já a versão Linux sai em Maio de 2007 por Richter Belmont, que havia deixado no passado o projeto Emuhype, que desenvolvia emuladores para arcades. A última versão do Nestopia é lançada em Junho de 2008. O emulador teve 32 atualizações ao todo. Houve uma tentativa de port para Nintendo 3DS chamado Nestopia3DS em 2006, mas isso nunca se concretizou. Nestopia foi portado para Xbox em 2010 por Nes6502 com o nome de NestopiaX. Também é portado para PS3 com o nome de NestopiaPlus, rodando também em Linux e Windows, e para iOS como apenas Nestopia, ambos em 2013. Ainda em 2013, é adicionado ao emulador multissistemas OpenEmu para MacOS X. Nestopia sempre foi de código aberto, o que propiciou a criação de vários ports e bifurcações do mesmo. Em Abril de 2010, foi criado um hack do emulador por Keith Kelly, conhecido como Nestopia 1.41.1 Unofficial. Seu intuito era corrigir um lag de joypad do emulador original que se consistia em atraso quando a opção VSync era ativada. Em Maio de 2011 foi atualizado por Geestarraw, adicionando suporte de tela inteira para monitores secundários em PC's com mais de 1 monitor. O mesmo autor criou mais uma atualização em Setembro de 2012. Em Janeiro de 2013, notBald altera a versão de Geestarraw adicionando diversos filtros de imagem. Ele cria no mesmo mês as versões 1.41.2 e 1.41.3. 

NestopiaUE (Basewars)

NestopiaUE (Menus)

Um pouco antes, em final de 2012, Dan Brook cria uma bifurcação do Nestopia, chamada Nestopia Undead Edition (algo como edição vivo-morto), conhecida como Nestopia UE. Esse projeto une atualizações das versões de Geestarraw, Keith, notBald (mais adiante), e da versão 1.40 A-H para MacOS X de Bannister. O emulador é lançado para Windows e Linux (executado também em Open/Free/NetBSD, além de Ubuntu) também em 2012, e em Janeiro de 2016 tem port para MacOS X. Entre outros sistemas. O projeto adicionou, entre outros, uma nova interface (GUI), modo fullscreen com resolução nativa, renderização em OpenGL e save state em SRAM (ou seja, para dispositivos somente leitura). Suas principais atualizações foram versões otimizadas para vários sistemas diferentes. O Nestopia UE foi portado por volta de Fevereiro/Março de 2013 para LibRetro/RetroArch por themaister (criador do RetroArch) e twinaphex. Em 2020, se junta ao Nestopia UE, Rupert Carmichael, ajudando Brook no projeto. A última atualização de Nestopia UE é feita em Março de 2024.

Outros Emuladores

FakeNES e No$nes
G-NES

Houveram outros emuladores de Nes, como Vortendo, Famtasia, NesEM, Mesen, LoopyNES, G-Nes, FakeNES, madNES, no$nes, PlasticNES, QuickNES, TNES, Nezulator, VirtuaNES, uNESsential, DNES, além de AmiNES, CoolNESs e A/NES, ambos para Amiga, Nestra e TuxNES para Linux, Godlenes para Atari Falcon, Graybox e QNES para MacOS, entre muitos outros. O NES chegou a ter no entorno de 100 projetos de emuladores. Sem dúvida o console que mais gerou emuladores na história, seguindo sua história de um dos videogames mais populares de todos os tempos.

VirtualNES e NEZulator

PlasticNES e LoopyNES

Sobre versões para consoles e portáteis, além das já citadas anteriormente, tiveram muitas outras, como para os consoles Dreamcast, PS1, PS2, PS3, N64, os portáteis GB, GBA, NDS, Gamepark 32, GP2X, os sistemas Java e JavaScript, os sistemas portáteis Windows Phone, iOS, Android, PalmOS, além dos Pocket PC's, totalizando dezenas de emuladores e ports.

NESten e Mesen

uNESsential e TNES

Em emuladores multissistemas, rodou no NesMac (de GB e GBC) em 1997 para MacOS, SmartGear (de GameBoy Color, GameGear e Sega Master System) e MESS (de computadores e consoles) ambos em 1998, Yame (de TurboGrafx 16, SNES e GB) em 2002, MAME (de arcade) em 2004, CrabEmu (de Sega 8 Bits e ColecoVision) em 2015 e VDMGR (de ColecoVision, MSX, Sega 8 Bits e outros) em 2017.

MS-DOS: RADARnes, FakeNES, DragoNes, uNESsential, TNES, Nezulator, NesEM, NES-Lord, madNES, PlasticNES, LoopyNES, mIRCNES, Utimate Nes, DNES, Emutator
Windows: G-Nes, NESten, no$nes, VirtuaNES, QuickNES, Famtasia, Vortendo, puNES, Mesen
Linux: Nestra, TuxNES
Amiga: AmiNES, CoolNESs, A/NES
Atari Falcon: Godlenes
MacOS: Graybox, QNes

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