quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

A História do Activision's Atari 2600 Action Pack

Hoje falaremos do Action Pack, o primeiro emulador de Atari 2600, e o primeiro emulador de um console caseiro de videogame da história. No vídeo, é contado seu início, os três lançamentos da coletânea e suas continuações para Playstation 1 e 2.

 
Activision's Atari 2600 Action Pack (1995)

Foi uma coletânea que começou a ser desenvolvida em Junho de 1994 por Michael Livesay para a Activision, para emular jogos de Atari 2600. Mike trabalhava na LTI Gray Matter desde seu início, em 1992, uma divisão de sua empresa de jogos chamada Livesay Technologies Incorporated, que por sua vez foi criada em 1986. Mike estava no mundo dos jogos desde 1980, estando por trás de vários títulos para computadores. Posteriormente, também trabalha com jogos para consoles. A Action Pack é considerada a primeira emulação funcional de um console caseiro. A coletânea é lançada por volta de Março de 1995 para Windows 3.1. Houve duas versões dessa coletânea lançadas para Windows 3.1, depois relançadas em CD-ROM com melhorias para Windows 95, e por fim relançadas para Windows 3.1, 95 e Macintosh. Já a terceira coletânea foi lançada apenas para Windows 3.1 e 95. Todas lançadas no ano de 1995. As coletâneas foram divididas em quinze jogos na primeira edição, contendo títulos como Boxing, Crackpots, Freeway, Hero, Pitfall e River Raid, quinze na segunda edição, com títulos como Enduro, Keystone, Ice Hockey e River Raid II, e onze na terceira edição, com títulos como Breakout, Combat e Night Driver. O emulador contava com pause, reset, alteração de dificuldade, controle por teclado e joypad, som e volume PCM e FM e outros. Apenas os Pack’s 1 e 3 disponibilizavam regulagem de som, com opções de desabilitado, mais rápido e mais preciso. O emulador também tinha o modo Mom, que simulava a voz de uma mãe chamando o filho. Algo para não deixar a criança jogar por tanto tempo. Você podia regular entre raramente (chamando a cada 10 minutos) e constantemente (chamando a cada 30 segundos). Além disso, disponibilizava resumo do jogo, como jogar, dicas, pontuações e a história de criação de cada jogo. O emulador foi desenvolvido com dois emuladores internos, o emulador de 6507, que é uma versão mais barata do processador central 6502, e um emulador de som com base na biblioteca sonora TIA. Para uso do emulador era recomendado um computador com processador 486. Recomendava-se também uma placa sonora Pro Audio Spectrum 16 com os drivers de som mais recentes. O emulador do Action Pack não permitia carregamento de roms externas, apenas as que vinham com o CD. Porém, terceiros criaram o Action Pack Plugin Hack, que permitia a execução de outras roms no emulador. Esse programa era compatível apenas com a versão Mac do emulador.

Em 1995, a Activision também desenvolveu uma coletânea de jogos de Commodore 64 para Windows. Em 1996, relançam todas as coletâneas de Atari e Commodore 64 em um único CD para Windows. Mike volta a participar de uma coletânea de Atari, agora não só como programador do emulador, mas também como gerenciador do projeto, em A Collection of Activision Classic Games for the Atari 2600 (ou seja, coleção de jogos clássicos da Activision para A26), dessa vez lançada para PSX em 1998, com trinta jogos ao todo. A coletânea vinha com uma intro mostrando os jogos que disponibilizava. Na tela de escolha, tinha uma interface bem interativa, com os jogos do lado direito como em um suporte de mesa para cartuchos, a TV ao lado esquerdo mostrando demonstrações dos mesmos e em cima da televisão o console que tinha a fita modificada cada vez que você trocava de jogo. A última participação de Mike na empresa é no lançamento de A Collection of Classic Games From The Intellivision para PSX em Setembro de 1999, aonde também atua na construção de seu emulador. Na época já existia o sucesso do Intellivision Packs lançado em 1997 pela Intellivision Productions, por tanto esse emulador de Mike não apareceu em outros lançamentos. A Activision lança mais uma coletânea de Atari 2600, a Activision Anthology, em Novembro de 2002 para o PS2, mas já sem a presença de Mike. Essa versão é semelhante à de PSX, só que com mais coisas na mesa ao lado da TV e porta-jogos, como rádio, joystick, revista da Activision com o nome dos programadores da coletânea, bebida enlatada, telefone de discar e o videogame na frente da TV. Um outro diferencial é a trilha sonora pop/rock anos 80 que acompanha os jogos. Tudo isso tenta te deixar inserido na época de vida do console.

Fora do projeto de emulação do Atari 2600, Mike está no mundo dos jogos desde 1980, produzindo jogos para PCs, como para Apple II, como Miner 2049er (1982), Ming' Challenge (1982), The Heist (1983), Miner 2049er II (1984), Bruce Lee (1984), e outros. Miner 1 e 2 e The Heist foram criados pela empresa de Mike, a Livesay Computer Games, criada em 1982. Por volta de 1986, cria a Livesay Technologies Incorporated, trazendo jogos como Security Alert (1990) para Commodore 64, Sid Meier's Civilization II (1999) e Gex 3: Deep Cover Gecko (guécs / guécou) (1999) para PSX, entre outros. Em Janeiro de 1992, é criada uma divisão da empresa, chamada LTI Gray Matter, e é por ela que Mike cria o emulador de Atari 2600. É a empresa que também cuida das coletâneas A Collection of Classic Games de Atari e Intellivision citadas aqui anteriormente, nos anos de 98 e 99, e a produção de jogos próprios, como Gex: Enter The Gecko (1999) para PSX, além de jogos com a presença de Mike, como Tony Hawks Pro Skater 2 (2000) para PSX, aonde atua na produção/programação/engenharia, e os jogos Tony Hawk's Pro Skater 2 (2000) e Spider-Man (2000) para PSX, Spider-Man (2002) para PS2, X2: Wolverine's Revenge (2003) para PS2, aonde Mike participa da programação/engenharia, dentre outros. O último jogo lançado pela empresa foi Mercenaries 2: World in Flames (2008) para PS3. 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

A História do Atari 2600 - Seus Jogos, Crash dos Videogames e Hardware

Um pouco da história do Atari 2600, contando um pouco da história da empresa, seu legado nos arcades, seu lançamento, seu hardware, o sucesso dos arcades no console, o crash dos videogames com o jogo ET e seus jogos.

Atari 2600

A empresa Atari foi fundada em 1972, ingressando no mesmo ano nos arcades. Seu primeiro jogo foi o famoso Pong, inspirado no jogo de ping-pong do console Odyssey 100, se tornando uma expressão para se referir à jogos de primeira geração feitos para arcades e consoles domésticos. O Atari 2600 começa a ser desenvolvido três anos depois, em 1975, pelo nome de Stella. Foi lançado em 1977 como Atari VCS (Video Computer System), para competir com seu concorrente, o VES (Video Entertainment System), primeiro console de segunda geração, mais tarde conhecido como Fairchild Channel F. Seu boom de vendas foi no Natal de 1979, quando foi o presente mais comprado nos EUA. Em 1976, antes do VCS ser lançado, a Atari é vendida para a Warner Communications, herdeira das produções de cinema e TV da Warner Bros. Seu hardware tinha uma CPU MOS 6507 de 1.19 MHz, uma versão barata da 6502 usada em computadores Commodore, Apple e até da Atari, e mais tarde usada no Famicom. O chip de som (lançado exclusivamente pela empresa para o console) era o Television Interface Adapter, conhecido como TIA (foi baseada nele a biblioteca de emulação de áudio TIASound, criada por Ron Fries, que ajudou diversos emuladores de consoles da Atari). O TIA também era usado para vídeo, os convertendo para um sinal de televisão, com suporte à 128 cores, e simultaneamente 16. E por fim, tinha 128 bytes de memória RAM.

Em 1982, reinava no mercado americano, tendo ultrapassado seus concorrentes Intellivision e ColecoVision. Também em 1982, com o lançamento do Atari 5200, e também de segunda geração, o Atari VCS passa a se chamar de Atari 2600, para uma padronização de nomenclaturas. O excesso de jogos, aliado à clones e jogos mal feitos, principalmente produzidos em grande quantidade, como foi o caso do jogo ET, levou ao famoso crash dos videogames de 1983, conhecido no Japão como o choque Atari, pelo principal responsável disso ter sido o console da empresa. O mercado só volta ao normal em 1985, com uma nova versão do Famicom lançada no Japão e no ano seguinte nos EUA. Em 1984, a Warner vende a Atari, nascendo a Atari Corporation, continuando seu trabalho no mundo dos consoles, portáteis, arcades e computadores.

O console teve, talvez, os jogos mais populares do mundo, ou pelo menos do ocidente, que até hoje são lembrados, continuados ou clonados, que vieram de versões arcades e de outros consoles, como ColecoVision e Intellivision. Entre eles temos os de shmup, como Space Invaders, Asteroids, Megamania, River Raid, Atlantis, Crackpots, Defender, Demon Attack, Moon Patrol, Battlezone, Galaxian, Chopper Command, Sequest, Missile Command, Spider Fighter, Air-Sea Battle, Phoenix e Combat. De plataforma clássica, como Mario Bros, Donkey Kong, Popeye e Joust. De plataforma, como Pitfall!, H.E.R.O., Jungle Hunt, Keystone Kapers, Spider-Man, Smurfs, Halloween, Snoopy, Superman e Sneak’N Peek (o famoso Esconde-Esconde). De aventura/missão em um mesmo ambiente, como Frostbite, Frogger, Freeway, Pressure Cooker e Custer's Revenge. De esportes, como California Games, Ice Hockey, Boxing, Tennis e Fishing Derby. De corrida, como Enduro, Motocross, Grand Prix e Pole Position. De maze, como Pac-Man, Ms. Pac-Man e Dig Dug. E de puzzle, como, Breakout e Q*bert. Os principais jogos eram shmups, os famosos jogos de navinha, seguidos de jogos de aventura, corrida e esportes. O console teve mais de 500 jogos lançados, perdendo na época apenas para o Famicom. O Atari 2600 é descontinuado em 1992, totalizando 27,64 milhões de unidades vendidas em todo o mundo.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

A História do Emulador MAME

Hoje falaremos da história do emulador MAME, seu início, suas front-ends, sistemas adicionados, entre outros.

MAME (1997)

Criado por Nicola Salmoria, o Multi Arcade Machine Emulator, ou MAME, começa como um emulador para Pac-Man de arcade chamado MultiPac em Dezembro de 1996 para MS-DOS. Posteriormente o emulador roda outros jogos de Pac-Man, como Ms Pac-Man. É considerado tão clássico, que até ganhou um port em Janeiro de 2005 por Franxis para o portátil GP32. Ainda em Dezembro de 1996, também cria emuladores para jogos individuais. Entre eles Mr. Do e Lady Bug da Universal, Pengo da Sega e Rally X da Namco, todos também para DOS. Todos os quatro com o nome Arcade Machine Emulator no título. No mês seguinte, em Janeiro de 1997, começa a fundir os núcleos de emulação de seus emuladores e formar o MAME. Seus emuladores individuais são atualizados até final de Janeiro, e o MAME é lançado em Fevereiro também para MS-DOS.

Na ocasião, rodava apenas Pac Man, Ms Pac Man, Crush Roller, Pengo e Lady Bug. Em cada nova versão, vários arcades novos eram adicionados, como foi na segunda versão com Mr. Do!, Crazy Climber, Crazy Kong, e assim sucessivamente. No mesmo ano ainda traz Galaga, Super Pac-Man, Spy Hunter, Star Wars, Bubble Bobble, Gunsmoke, 1943, Donkey Kong e Donkey Kong Jr., Mario Bros., Galaxy Wars, Frogger, Centipede, Space Invaders, Super Cobra, Stargate, Defender e tantos outros arcades clássicos. A maioria deles eram de empresas como Namco, Sega, Nintendo, Taito, Konami, Atari e Williams. Irem e Data East chegam apenas em 98. Falando em 98, placas conhecidíssimas e que ainda faziam sucesso nos arcades da época começaram a aparecer, como CPS-1, com jogos como Captain Commando, Final Fight, Strider Hiryu, Ghouls'n Ghosts, e a franquia Street Fighter II a partir de 99, Neo Geo MVS, com as franquias Metal Slug, KOF, Art of Fighting, Bust a Move, e as placas System da Sega, como System 2, 16, 18 e C-2, com clássicos como Wonder Boy, Shinobi, Altered Beast, Golden Axe, Aliem Storm, e as placas Williams/Midway e Midway T, trazendo Mortal Kombat 1, NBA Jam, Terminator 2 e outros. Em 99, placas da Capcom, Data East, Namco e Konami surgem trazendo clássicos como Cadillacs and Dinosaurs, X-Men, The Simpsons, Vendetta, Sunset Riders, Teenage Mutant Ninja Turtles, Robocop e outros. Em 2000, a marcante Cave 68k chega com seus DoDonPachi’s e Power Instinct, seguida da Midway Wolf com MK3 e UMK3, e Sega X Board com os dois jogos da série After Burner. A tão desejada CPS-2, que ainda estava em plena atividade chega em Janeiro de 2001 com Street Fighter Alpha, em uma versão para MS-DOS, seguido de Street Fighter Alpha 2, Vampire Savior, X-Men: Children of the Atom, Marvel Super Heroes, e tantos outros. 2002 é a vez de PolyGame Master, o famoso arcade taiwanês, com Knights of Valour, a Neo Geo 64, com Fatal Fury: Wild Ambition, e a Midway V com a sequencia Cruis'n USA e Cruis'n World. A placa ZN-1 da Capcom surge em 2003 com Battle Arena Toshinden 2, e no ano seguinte com a sequencia Street Fighter EX, seguida da Namco System 11 com Tekken 1 e 2, e da Midway Killer Instinct com os dois jogos que dão nome a placa. Em 2004, surgem as placas Sega Y Board com Power Drift e Rail Chase, e Konami Bemani DJ-Main com Beatmania 6, trazendo mais tarde a famosa franquia Pop n’ Music. Em 2005, começam a rodar jogos da Sega Model 3, como Scude Race e Lost World. Destacamos também outra versão da Konami Bemani, inspirada no PSX, com os jogos musicais Dance Dance Revolution e Guitar Freaks em 2006. CPS-3 da sequencia SFIII surge com seus três títulos em 2007. Sega Naomi com Marvel Vs. Capcom 2 e Crazy Taxi surge em 2009 e a placa ZN-2 da Capcom com a sequência Street Fighter EX2 surge em 2012. Algumas placas nunca rodaram muito bem no MAME, como é o caso por exemplo das séries Sega Model e Sega Naomi, e das placas Sega Titan, Sega System 32 e Atomiswave.

Sobre o número de jogos, em Dezembro de 2000, o projeto já emulava 1900 roms. Cinco meses depois já emulava 2883 roms. Cada vez aumentava mais a frequência de jogos adicionados. Uma curiosidade. O MAME foi o primeiro emulador a rodar o jogo Street Fighter 1, em Fevereiro de 1999. No mesmo mês de lançamento do emulador, em Fevereiro de 1997, é lançada a partir da versão 0.3 uma interface para Windows chamada MAME32, criada por Christopher Kirmse, que não participava do projeto MAME. Ela ajudava os usuários que tinham dificuldade de acessar os jogos por meio de linha de comando, como funcionava o emulador de fato. Com o tempo essa GUI foi se aprimorando. Michael Soderstorm começa a ajudar Christopher no desenvolvimento, além de outros membros do projeto. Em Dezembro de 2007 ela se transforma em MAMEUI, mais aprimorada. Nessa ocasião o MAME já tinha uma interface própria. Apesar da inovação do MAME32, uma das interfaces inicialmente mais usadas, e que trouxe uma maior fama para o MAME foi a MAME Classic a partir de 1999, criada por Richard A. Insalaco. As duas GUIs são desenvolvidas até os dias de hoje. Sobre o MAME, em seu lançamento, disponibilizava algumas opções de tamanho de tela, suporte à som e joypad, além de reset, pause e snapshot. Até o final de 97, já dava suporte à diversos outros tamanhos de tela, som FM, frameskip, cheats, VSync, entre outros. O emulador teve versões para MS-DOS lançadas até Abril de 2001, quando em Maio começa a dar suporte ao sistema Windows, começando um novo ciclo do projeto a partir de então. Essa versão é conhecida como MAMEW. Ela disponibilizava uma interface também por linha de comando. A partir de Abril de 2006, começa a lançar seu emular compactado não mais em arquivo .ZIP, mas sim em instalável no formato .EXE. Em Agosto de 2007, começa finalmente a trazer uma interface própria não mais por linha de comando, mas com front-end/menus, mostrando lista de jogos, configuração de controles e configuração de teclas de atalhos de funções como frameskip, pause, snapshot, save state, reset e outros. Em Outubro de 2007, começa a dar suporte às versões de 64bits. À partir da versão de Fevereiro de 2016, sua front-end original é ampliada, com configuração de diretórios, como de roms, snapshots, cheats e idiomas, configuração de interface, com cor e idioma, configuração de vídeo, como de resolução, filtros e outros, de som, como taxas de amostras, entre outros.

Desde seu início MAME sempre foi um emulador de código aberto, o que possibilitou seus diversos hacks, ports e bifurcações. Para sua criação, contou com o emulador Z80Em do Zilog Z80 de Marcel de Kogel, a biblioteca Allegro de Shawn Hargreaves, SEAL, a biblioteca de API's de som de Carlos Hasan, a ferramenta Tweak de alteração de modo gráfico no MS-DOS de Robert Schmidt, e o emulador do circuito de som AY-3-8910 de Ville Hallik e Michael Cuddy. A importância do MAME não foi apenas de rodar diversos jogos clássicos de arcade, mas de também poder trazer a vida placas antigas que já não eram mais usadas, e que um dia iriam desaparecer por completo. Ao longo do ano de lançamento, vários programadores foram se juntando ao projeto, e agregando novos arcades à plataforma. No primeiro ano, destacamos Paul Leaman, Mirko Buffoni, Dan Boris (criador e apoiador de diversos emuladores da segunda geração de consoles caseiros), Mike Coates, Aaron Giles (criador do VGS para PSX), Toninho, Zsolt Vasvari, entre outros. Várias outras figuras de renome também ajudaram no projeto, como Neil Bradley (criador do Retrocade de Arcade), Ernesto Corvi (criador do Virtual Super Wild Card de SNES), David Haywood (criador do Sega System C2 Emulator), Richter Belmont (criador do Modeler), ElSemi (criador do Nebula), além de Brad Oliver, iniciado junto com o projeto, entre muitos outros. Em certa ocasião chegou a ter mais de 100 pessoas contribuindo para o projeto. Tudo isso ajudou na ampliação do projeto MAME.

Apesar do emulador não ter foco em emulação de consoles, começa a adicionar alguns deles por volta de 2003, como foi o caso de Atari Jaguar e PS1 (por meio dos arcades Atari CoJag e Capcom Sony ZN-1), Mega Drive, Game Gear e Master System (ambos por meio do Arcade MegaTech vindo do MESS), Sega Saturn (por meio do arcade Sega Titan) e Super Nintendo (por meio do arcade Nintendo Super System também vindo do MESS). A partir de 2004, começam a emular o NES. Em 2005 o N64 (pela placa Seta Aleck64). Em 2006, PC Engine/TurboGrafx16. Em 2007, Atari 2600 (com emulador melhor que o Stella em alguns casos) e Dreamcast. Em 2009, 32X. Em 2010, ColecoVision. Em 2011, Intellivision. Em 2013, PC Engine CD e Odyssey 2. Em 2014 Gameboy e Gameboy Color. Em 2015, Sega CD e Xbox. Em 2016, Game Boy Advance, SG-1000 e Virtual Boy. E em 2017, PC-FX. Entre outros. Alguns sistemas nunca funcionaram bem no MAME, como é o caso do Sega CD, 32X, Playstation, N64, Dreamcast e Atari Jaguar. Entre outros. Muitos deles vieram por conta de arcades semelhantes aos hardwares de consoles, como foi o caso do PS1, Mega, SNES, N64, Master, Game Gear, Sega Saturn e outros. Em 2015, MAME se funde formalmente com o MESS, com quem já era parceiro há alguns anos, adquirindo toda sua biblioteca de programação. Nos tempos atuais roda mais de 8000 jogos, em um total de 10000 jogos listados (alguns deles ainda não rodam). O emulador foi o que mais ganhou bifurcações, mais de 70! Muitas delas para emulações específicas, como de Neo Geo ou CPS2, por exemplo. Também funciona em diversos sistemas operacionais, como MacOS e MacOS X, Symbian, QNX, BeOS, Linux, Android e iOS, além de computadores como Amiga e IBM PC, consoles como Xbox, Dreamcast, PS2 e Nintendo Wii, portáteis como GP2X e PSP, entre muitos e muitos outros. Hoje o MAME é o emulador mais completo de jogos de arcade englobando o maior número de gerações do gênero. Sua base serviu para diversos outros projetos de emuladores de arcade. Eu arriscaria todos vindos após ele. Até o término dessa matéria, seu último lançamento foi em Outubro de 2024.

1997: Namco Pac Man com Pac-Man / Puck Man, Rally-X e New Rally X, Sega Vic Dual com Frogs, Head-On 1 e 2, e Carnival, Sega Z80 com Commando, Pengo, e Bank Panic, SEGA G80 Vector com Space Fury, Zektor e Star Trek, Nintendo Playchoise 10 com Mario Bros, e Double Dragon e Teenage Mutant Ninja Turtles em 1998, Ninja Gaiden em 1999, e Duck Hunt em 2000, Taito System SJ com Jungle Hunt e Elevator Action, Taito 8080 com Space Invaders, e Lupin III e Polaris em 1998, Konami Scramble com Crazy Kong e Super Cobra, e Frog em 2003, Williams 6809 Rev.1 com Joust, Stargate e Defender, Capcom Commando como Gunksmoke e 1943, Capcom Unique com Son Son e Ghosts'n Goblins
1998: Capcom Mitchell, de jogos como Pang/Super Pang, CPS-1, da franquia Street Fighter II (que só chegou em 1999), e jogos como Pnickies, Pang! 3, 1941, Captain Commando, Carrier Air Wing, Final Fight, Strider Hiryu, e Ghouls'n Ghosts, Neo Geo MVS com Metal Slug, The King of Fighters ’94, Neo Bomberman, Art of Fighting e Puzzle Bobble/Bust a Move, Sega Space Harrier com Hang-On, e no ano seguinte com Space Harrier e Enduro Racer, Sega System 2 com Wonder Boy, Wonder Boy in Monster Land, e Heavy Metal, Sega System 16B com Shinobi e Tetris, e 16A com Altered Beast e Golden Axe, Sega System 1 com Flicky, e Wonder Boy, e Robocop 2 em 2001, Sega System C-2 com Columns, e Blooxed e Puyo Puyo em 2000, Sega System 18 com Alien Storm, e Shadow Dancer em 1999, e Michael Jackson's Moonwalker somente em 2009, Williams/Midway com Mortal Kombat, Smash TV, e Terminator 2: Judgment Day, Midway T com NBA Jam, Mortal Kombat 2 em 2000, e Judge Dredd em 2002
1999: CPS Q Sound, dos jogos Cadillacs and Dinosaurs, Muscle Bomber Duo e Warriors of Fate, Data East Caveman Ninja com Caveman Ninja e Crude Buster, e Robocop 2 em 2001, Namco System 1 com Quester e Galaga '88, Konami X-Men com The Simpsons, Vendetta, e X-Men, Konami TMNT2 com Sunset Riders, e Teenage Mutant Ninja Turtles: Turtles in Time apenas em 2006
2000: Taito F3 System, responsável por jogos como Arabian Magic, e a franquia Puzzle Bobble / Bubble Bobble, Sega X Board com After Burner I e II, e em 2004 Super Monaco GP, Cave 68k com Uo Poko, Do Donpachi, e Power Instinct, e Pretty Soldier Sailor Moon em 2001, Power Instinct 2 em 2003, Thunder Heroes em 2007, e Gaia Crusaders em 2008, Incredible Technologies 32-Bit com Street Fighter: The Movie e Golden Tee, e World Class Bowling em 2002, Nintendo VS. com VS. Tetris, VS. Super Mario Bros, e Vs Castlevania, Data East Unique com Battle Rangers, e Desert Assault em 2002, e Boogie Wings e Backfire em 2004, Midway Wolf com Mortal Kombat 3, Ultimate Mortal Kombat 3, e WWF Wrestlemania
2001: CPS-2, com o jogo Street Fighter Alpha, junto com Vampire Savior, X-Men: Children of the Atom, Super Street Fighter 2: The New Challengers, Aliens vs. Predator, Street Fighter Alpha 2, Marvel Super Heroes, Konami Xexex com G.I. Joe, e Dragon Ball Z e Dragon Ball Z 2 Super Battle apenas em 2012
2002: PGM com Knights Of Valour, SNK Hyper Neo Geo 64 com Beast Busters, e Fatal Fury: Wild Ambition em 2004, e Samurai Shodown 64 somente em 2009, Midway V com Cruis'n USA e Cruis'n World, Data East ARM6 com Captain America and The Avengers, e Night Slashers em 2005
2003: Capcom Sony ZN-1 (baseado no PSX), com os jogos Battle Arena Toshinden 2, e no ano seguinte Street Fighter EX e Street Fighter EX Plus, Namco System 22 com com Cyber Commando e Ace Driver, e Ridge Racer e Rave Racer 1 e 2 em 2005, Namco System 11 com Tekken 1 e 2 e Soul Edge 1 e 2, Midway Killer Instinct com Killer Instinct 1 e 2
2004: Sega Out Run com Super Hang-On, Turbo Out Run, e em 2006 Out Run, Sega Mega Play (baseado no Mega Drive) com Sonic the Hedgehog, Tecmo World Cup, e Golden Axe 2, Sega Y Board com Galaxy Force 2, Power Drift, e Rail Chase, Konami Bemani DJ-Main com beatmania 6th MIX, e Beatmania 3rd MIX e Pop n' Music 7 em 2007
2005: Sega Model 3 com Scude Race e Lost World
2006: Konami Bemani System 573 Analog (baseado no PSX) com Dance Dance Revolution e Guitar Freaks
2007: CPS-3, com a sequência Street Fighter III, Konami ZR107 com Winding Heat e Midnight Run, e Road Rage somente em 2018
2009: Sega Naomi, com os jogos Marvel Vs. Capcom 2 e Crazy Taxi,
2012: Capcom Sony ZN-2 (baseado no PSX), com os jogos Street Fighter EX2 e Street Fighter EX Plus 2

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

A História dos Emuladores de Mega Drive - PicoDrive

Hoje falaremos de PicoDrive, o melhor emulador de Mega Drive para portáteis. Além disso, também falamos de outros emuladores menos conhecidos para o console.


PicoDrive (2004)

O projeto PicoDrive pode se chamar de um salto para o futuro da emulação. O projeto foi criado por Dave em 2004 em cima de seu emulador 68k, o Cyclone 68k, que por sua vez foi criado no mesmo ano com o intuito de ajudar a emular hardwares dentro de dispositivos ARM, uma tecnologia nova contida em processadores, e que mais tarde se tornaria comum em smartphones, tablets e portáteis. Na ocasião, os ARMs funcionavam em Pocket’s PCs, que eram celulares de tela grande da época. Um pouco antes, em 2003, Dave havia ganho um GP32 de seu amigo Craig, que sabia que ele gostava de escrever emuladores. E foi pra esse sistema que o Cyclone foi criado, e posteriormente PicoDrive, para testar seu emulador 68k. Um dos primeiros emuladores de terceiros a usarem seu Cyclone 68k foi o fGen32, port do emulador Genesis Plus também para o portátil GP32, em Julho de 2004. Dave era um apaixonado por Mega Drive, tendo criado em 1999 o emulador DGen para Windows, e em 2004 os projetos GenaDrive para XBOX e GigaDrive para o portátil GP32, portátil esse que era um fenômeno na época no quesito capacidade, portabilidade e armazenamento em um portátil. PicoDrive foi lançada em Abril de 2004, e teve quinze versões, sendo a última lançada em Setembro de 2005.
 
Antes de seu término, surgiu uma bifurcação do emulador para SymbianOS por Neil Davis em Abril de 2005. Essa bifurcação foi atualizada até Junho de 2006, e teve várias atualizações tiradas de outra bifurcação chamada PicodriveN. Ainda em 2005, surgiu um port do emulador de Dave para UIQ, um sistema derivado do Symbian para smartphones da época, como Sony Ericsson e Motorola, mas por ter muitas falhas logo é descontinuado. E finalmente no final de 2005 surge o port para UIQ2 por Notaz chamado PicodriveN (pois o port de Neil já tinha o nome de PicoDrive), com lançamento no final do ano. Sua primeira versão divulgada é de Janeiro de 2006. Notaz já cuidava do Cyclone 68k de Dave desde mais ou menos Agosto de 2005, o que o fez até 2007. A bifurcação de Notaz se torna a mais importante de PicoDrive, sendo na prática a continuação direta do emulador de Dave. Na versão de Fevereiro de 2006 do PicodriveN, adiciona o emulador SN76489, um gerador de som programável e o chip de som YM2612, ambos do projeto MAME, além do emulador DrZ80 de Zilog Z80 de Reesy (que também contribuiu no início da versão de Notaz do Cyclone68k), emulador esse que também estava ligado à emulação de som, tendo o emulador à partir daí começado a dar suporte completo à som. Em seguida, Notaz adquire o portátil GP2X e cria um port para esse sistema, com primeira versão em Setembro de 2006. Essa versão começa a adotar o nome original do emulador, PicoDrive, já que o port de Neil (que usava esse nome) foi descontinuado. Em Novembro de 2006, cria um port para UIQ3. Em Agosto de 2007, libera seu código fonte e em Setembro de 2007 cria um port para o portátil Gizmondo. Em Novembro de 2007, começa a desenvolver o emulador também para o portátil PSP. A partir dessa versão, começa a dar suporte à Sega CD e 32X, graças ao código fonte do Gens liberado por seu criado em Maio do ano anterior. Essa versão tem um emulador próprio de 68K, chamado FAME/C criado por Chui, e que por sua vez é baseado no C68K de Stephane Dallongeville, criador do emulador Gens. Nessa versão, PicoDrive também teve um novo emulador Z80, chamado CZ80 criado por NJ e baseado em códigos também do criador do Gens. Ou seja, o emulador Gens foi muito importante para Notaz em seu port para PSP. Em Março de 2008, adiciona na versão GP2X suporte ao SVP (Sega Virtua Processor), para rodar o jogo Virtual Racing. É considerado o primeiro emulador de Mega Drive à rodar 100% esse dispositivo. Os créditos vão para Exophase e Rokas.
 
Em Maio de 2008, cria uma versão para Windows com lançamento único, com toda a parte de programação da versão de PSP, com front-end do GenaDrive de Dave e suporte ao Sega Pico. Ele era bem simples, com reset, load e quatro resoluções de tela (podendo ampliar livremente o tamanho da tela, sendo um dos poucos emuladores de SMD para Windows que permite esse tipo de alteração). Em Agosto de 2009, começa também a dar suporte ao portátil GP2X Wiz. Em Junho de 2010, lança seu último port, para o sistema Pandora. Não sabemos ao certo, mas parece que por volta de 2010, o emulador começa também a dar suporte à SMS. Em Agosto de 2013, muda a interface de usuário da versão de Pandora para a do emulador de PS1 para ARM, o PCSX ReARMed, também de autoria de Notaz, inclusive considerado um dos melhores emuladores de PS1 de todos os tempos. Suas últimas atualizações foram para PSP, Gizmondo e UIQ3 em Agosto de 2008, GP2X/Wix em Outubro de 2013 e Pandora em Outubro de 2017. Em Janeiro de 2019, lança sua última versão, sendo executável em diversos portáteis e smartphones. O PicoDrive de Notaz também ganhou ports de terceiros, como para RiscOS por Jeffrey Lee em Setembro de 2006, para Nintendo DS por ryanfb em Julho de 2008 e para PS2 por SP193 em Setembro de 2013 a partir da versão 1.51b de Agosto de 2008 do PicoDrive de PSP. Também teve uma bifurcação para iOS criada por ZodTTD, chamada genesis4iphone, também em 2008. Por volta de 2013/2014, começa a fazer parte do emulador RetroArch, emulando Mega, 32X e Sega CD. Posteriormente no emulador, emula apenas 32X, deixando as demais emulações para o Genesis Plus GX. Em 2013 também faz parte do multi-emulador OpenEmu para MacOS rodando 32X. Além das já citadas, houve outras pessoas que ajudaram no projeto de Notaz, como Charles MacDonald do Genesis Plus por informações de MD, Mark e Jean-Loup pela biblioteca multimídia Zlib, Peter van Sebille da ECompXL e seus vários projetos de código aberto Symbian, e a equipe de desenvolvimento do Symbian GCC Improvement Project, com várias ferramentas para o sistema Symbian e seus derivados. Algumas das pessoas que ajudaram Notaz no início do projeto estiveram mais adiante com ele na cena de PS1, como foi o caso de Exophase, que ajudou Notaz a criar o emulador PCSX ReARMed. Já ZodTTD e Chui, estiveram no projeto PSX4ALL em 2006.

Além dos emuladores citados, tivemos também outros projetos, como St0rm Sega Genesis Emulator (conhecido como SGE) para MS-DOS e Genux para Linux, ambos em 1998. 

A maioria deles emulava diversos sistemas da Sega juntos, como AGES (de MD e 32X) em 1997, RetroDrive (de MD e 32X) em 1998, SEGAEmu (de Sega 8 e 16 bits) em 1999, Mimic (de Sega 8 e 16 bits) em 2002, Regen (de Sega 8 e 16 Bits) em 2007 (com port para Linux em 2009), HazeMD (de MD, 32X e Sega CD, por Haze, do projeto MAME) em 2009 e MD.Emu (de Sega 8 e 16 Bits) para Android em 2012.

Houve também vários projetos que não chegaram ao fim, como o caso de EmulatorX, Moge, Triton (também de Sega CD e 32X) e W95 GenEMU. Também teve o projeto Kyoto, criado por Haruki Ikeda, que não foi lançado por conta de seu falecimento em uma acidente de carro.

Em versões para outros dispositivos, temos DrMD para GP32 (pelo criador do DrZ80, Reesy, e com núcleo e interface do Gigadrive de Dave) em 2004, jEnesisDS para Nintendo DS em 2008, Gensoid para Android em 2009 e NeoGensPlusGX para Xbox em 2015.

Dentro de emuladores multissistemas, funcionou no MESS em 1998, MAME em 2003, Xe (para Linux) e GuineaPig (para PalmOS) ambos em 2004, Final Burn Alpha em 2008 e Higan em 2017.

A História dos Emuladores de Mega Drive - Genital e Genesis Plus

Hoje falaremos de Genital e Genesis Plus, tendo esse último tido um port para consoles, que foi considerado o melhor port de emulador de Mega Drive para esse seguimento.


Genital (2000)

Genital foi desenvolvido por Bart Trzynadlowski a partir de final de Janeiro de 2000 e lançado em Abril de 2000 para MS-DOS. O emulador não tinha front-end, sendo executado por linha de comando. Apesar disso, tinha várias funções e todas acessadas por atalho do teclado na tela de jogo. Na primeira versão emulava apenas o processador central 68k e rodava jogos em formado .BIN e .SMD, além de suporte à mudança de região de jogo, reset, VSync e frameskip. Na segunda versão, também em Abril, adicionou o emulador 68k de Neill Corlett e o Z80 de Richard Mitton, mas sem suporte à som, além de alterações de sprites e carregamento de save state do Genecyst. O port para Windows surge no mesmo mês, em cima da segunda versão, com o nome de Genital32, pela Atani Software, a mesma que fez a versão Windows do emulador Generator para Mega Drive. Na terceira versão, em Maio de 2000, adiciona duas resoluções de tela, ativação da emulação Z80 e acesso ao depurador. Na quarta versão, em Dezembro de 2000, Genital começa a dar suporte preliminar à Sega CD e 32X, além de suporte a roms de extensão .GEN, função de imagem pretro-e-branco e save state no formato GNS (Genital Save States), exclusivo do emulador. A partir dessa versão também começa a ser usado o emulador 68k de Bart, chamado Genital68k, que tem seu nome modificado em Junho de 2001 para Turbo68k. Na quinta versão, em Fevereiro de 2001, adiciona o modo janela. Várias pessoas ajudaram com informações técnicas o projeto, como Dave do DGen, Charles MacDonald do SMS Plus de Master System, Steve Snake do KGen, Joe Groff do DGen/SDL, Atani, da Atani Software, que foi responsável pelo port para Windows, Nyef do Darcnes e Delta do Pretendo, ambos de NES, e Christian Schiller do site Eidolon's Inn. O emulador tem melhor desempenho em computadores Pentium 1 com 180MHz de velocidade e 8mb de memória RAM. Apesar de todo o bom desempenho do emulador, nunca teve suporte à som, sendo um dos poucos emuladores de Mega com esse déficit. Sua última versão é datada de Abril de 2001, com um total de seis versões lançadas. Em 2011, Bart ficou conhecido pelo emulador Supermodel do arcade Sega Model 3.

Genesis Plus (2002)

Genesis Plus foi um projeto que Charles MacDonald começou por volta de 1999/2000. Em 2002, já tinha o emulador pronto, mas quem o acabou lançando primeiro foi Richard Bannister para o sistema MacOS em Outubro de 2002. Algo bem inesperado de acontecer. O lançamento oficial do emulador foi em Maio de 2003 para MS-DOS e Windows/SDL, ou seja, essa última versão já aberta para ports para outros sistemas. O projeto teve apenas duas versões lançadas, encerrando em Junho de 2003. A versão para Mac foi atualizada até 2008, retornando em 2018 e tendo última atualização em Novembro de 2022. Genesis Plus basicamente emula todos os canais de som, e suporta extensões de jogos .BIN e .SMD, inclusive compactadas. Também dá suporte a VSync, frameskip, reset, joypad, resolução de tela, especificação de drive de vídeo e som, profundidade da cor, scanlines, taxa de som de até 44.100hz, entre outros. Apesar de todas essas funções e do emulador ser ‘vendido’ como de alta precisão com os jogos e desempenho muito parecido com o do hardware original do console, há diversos problemas em sua execução. A começar pela versão Windows que não carrega som, nem joypad, e é executada basicamente nos Windows XP e Vista, não conseguindo ser carregada em outros sistemas. Já a versão DOS é facilmente executável, tem boa jogabilidade, cor, sem bugs de imagem e roda joypad e som (se executá-lo pelo DOS-BOX não conseguirá acessar seu som), porém tem uma certa aceleração (provavelmente para rodar melhor em computadores menos potentes), não executa jogos em NTSC, rodando apenas jogos lançados na Europa, Austrália e parte da Ásia, conhecidos como jogos em formato Pal/Secam, e tendo bugs que se alteram no direcional do controle. Todas essas falhas devem ter permanecido de certa forma por conta do emulador ter tido um curto desenvolvimento. Em relação ao apoio de influenciadores da cena, o projeto teve bastante otimismo e foi apoiado por Omar Cornut do projeto Message de Master System, Christian Schiller dono do site Eidolon's Inn, considerado na época o melhor site sobre Sega e Chris MacDonald, irmão de Charles, e criador de FAQ’s conhecidas nos meios gamers (Chris faleceu em 2014). Richard Bannister, criador do port para Mac, também ajudou com correções de código e sugestões para o projeto, além de Bart Trzynadlowski do Genital, Steve Snake do Fusion, James Ponder do Generator, Sardu do Genecyst, entre outros. A equipe do emulador MAME também foi importante no projeto. É dela os emuladores Z80 e 68K usados no Genesis Plus, como também o código de emulação dos chips PSG e YM2612 de som do Mega Drive. E por fim a equipe do segadev. O emulador também ganha outros ports. O primeiro para Sega Dreamcast em 2003 por BlackAura chamado Genesis Plus DC, que tem emulação quase na velocidade total do console, superando até o emulador original da Sega para Mega Drive lançado para o Dreamcast, o Sega Smash Pack Vol. 1 em 2001. Até os dias de hoje nenhum outro emulador de SMD superou Genesis Plus DC no Dreamcast. Em Dezembro de 2003, Genesis Plus ganha um port/modificação para o portátil GP32 chamado fGen32, por rlyeh e Robster. Em 2004, ganha outro port para Dreamcast, o Genesis Plus SDL para o sistema SDL, por Ian Micheal, que usou partes do emulador de BlackAura. No mesmo ano, ganha uma versão para GameCube, chamada GCN GenesisPlus! Em 2005, surge o mais importante dos ports do emulador, o Genesis Plus GX criado por eke-eke para Nintendo GameCube. Apesar de ter nascido do Genesis Plus, também emula Master System, Game Gear, SG-1000, Sega CD e Sega Pico. Genesis Plus GX também foi portado para Windows em 2007 e Nintendo Wii em 2008 por eke-eke, em 2010 para PS3 por Mr. Anonymous e em 2016 por Reesy para PS Vita. Genesis Plus GX também rodou nos multi-emuladores OpenEmu em 2009, RetroArch em 2013 e Bizhawk em 2015. O terceiro e último port do Genesis Plus de Charles foi para Pocket PC em 2006 por n0p.

Índice do Blog

A História dos Arcades Emuladores de Arcade - Williams Digital Arcade, Sparcade!, Emu / Retrocade Emuladores de Arcade - MAME Emuladores de ...

Total de visualizações de página