quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

A História dos Emuladores de Mega Drive - DGen

Hoje falaremos do DGen, outro grande emulador e considero o mais marcante nos sistemas Linux.

 
DGen (1999)

DGen foi criado em 1998 por Dave, conhecido na cena emu como criador do Final Burn, Dega e PicoDrive, além de outros emuladores. Sua primeira versão teria sido criado ainda em 1998 para MS-DOS, mas não sabemos se foi lançada à público. Sua primeira versão é datada de Maio de 1999 para Windows. Logo em seu início, já vem com suporte à som estéreo, emulação do chip YM2612 com seus seis canais de som e dos processadores 68k, por StarScream e Z80 por Multi-Z80. Ainda em Maio teve algumas versões com atualizações importantes, como a 1.03, que libera seu código fonte, o que acaba fazendo também nas versões de Maio, Julho e Agosto de 1999. A versão 1.04, trazendo suporte a MS-DOS. A versão 1.05, quando começa a dar suporte a DirectInput. E a versão 1.06, que adiciona outro processador 68k, o Musashi, que era mais lento que o StarScream, porém mais preciso. Os dois estavam disponíveis para uso. Em Junho de 1999 começa a dar suporte ao chip PSG e a jogos em formato Zip. Para um bom desempenho do emulador era recomendado o uso de pelo menos um processador Pentium III. Em Janeiro de 2000, Dave lança sua última versão e abandona o projeto para se dedicar ao Final Burn. Nessa versão muda o emulador Z80 para o de Richard Mitton, no lugar do de Neil Bradley, corrigindo a música fora do tempo em alguns jogos. Dave lançou 21 versões ao todo, fora a versão beta. Além das funções já citadas, o emulador também dava suporte à save state, mudança de região, velocidade de imagem de 50 até 70hz, pause, reset, joypad, Game Genie, tela cheia, buffer triplo de imagem, opções de camada, som de até 16bits, potência de até 44.100hz de som, opção de alteração de latência (trazendo maior precisão de som) e suporte à gravação de som no formato .GYM, que é o formato de som original do Mega Drive, semelhante ao NSF do NES (esse formato se inicia no emulador Genecyst, e em futuros emuladores é substituído pelo formato .VGM). Apesar de todas essas opções, o emulador tinha alguns bugs de tela com alguns jogos, com problemas em paralaxes, fundo e sprites. Em relação as colaborações com o projeto, tivemos Neill Corlett com seu 68k, Neil Bradley com seu Z80, Tatsuyuki Satoh pelo seu YM2612, Steve Snake do Kgen98 pelo código de DirectInput, Alex Townsend pelo suporte à roms em formato ZIP, Karl Stenerud por seu emulador Sharp 68K, John Stiles, portador dos emuladores MasterGear, iNes e ColEm para Macintosh por seu renderizador de linha de comando e Flavio Morsoletto por grandes informações sobre o console. Além disso, Richard Bannister e Joe Groff também ajudaram no projeto desenvolvendo o suporte SRAM no emulador. Joe também foi um dos responsáveis por codificar o som do DGen.

Sobre seus ports, por volta de Maio de 1999, é portado para MacOS por Richard Bannister. Uma curiosidade com o port para MacOS. Foi o primeiro emulador de Macintosh a emular o chip sonoro de Mega, o YM2612, o que possibilitava a maioria dos jogos rodarem com seu som completo. O port saiu para MacOS 8.1 e posteriores, como o 9. John Stiles adiciona Raster Effects e Gil Peterson adiciona o suporte SRAM à versão de Bannister. Em Dezembro de 2000, Bannister descontinua o port, deixando em seu lugar o Generator. Em Fevereiro de 2000, Caz do site BeEmulated, cria um port para BeOS. Em Dezembro de 2000, tubooboo do site Ngine, chegou a cogitar um port do emulador para Dreamcast, mas o projeto não foi adiante. Além de todos esses ports, houve um em especial que acabou se tornando a continuação do DGen após seu término, estou falando do DGen/SDL, portado para Linux em Junho de 1999 por Joe Groff, criado em cima da versão 1.12 do emulador original. A versão SDL possibilitava criar ports do emulador para vários sistemas operacionais, como sistema UNIX, BeOS e BSD. Phil K. Hornung o ajuda no projeto, com adição de filtros, suporte à joypad, entre outros. O projeto também deu suporte a Game Genie, roms compactadas e outras adições. No mesmo mês de criação, em Junho de 1999, ganha um port para BeOS por Andrew Bazar. Facilitou mais para Andrew criar um port dessa versão do que da versão Windows de Dave. Em Junho de 2000, ganha outro port para BeOS por David do site smaug.co.uk, pois não se tinha uma versão mais atualizada para o sistema. Andrew voltou a atualizar sua versão posteriormente. Além disso, DGen/SDL teve ajuda de vários outros influenciadores do meio, como Steve Snake, criador do KGen98. Em Julho de 2001, Joe e Phil abandonam o projeto, lançando sua última versão do emulador, totalizando 11 versões lançadas. Também a última versão para BeOS de Andrew sai nesse mês.

O DGen/SDL é portado para XBox por XPort em Julho de 2002 como DGenX e para PSP por Syn-Z em Junho de 2005. Em 2008, Bertrand Janin, o Tamentis, tentou ressuscitar o projeto, colocando no ar em seu site no SourceForge, um site para desenvolvedores de código aberto, a última versão do emulador feita por Joe e Phil, na tentativa de ter algum tipo de cooperação, mas não obteve sucesso, lançando apenas uma versão do emulador em Agosto de 2008. Bertrand junto com Inkscape ficaram responsáveis pela criação do primeiro logo do emulador em Maio de 2008. Em 2011, o emulador mais uma vez foi ressuscitado, agora por Zamaz, lançando nove versões do emulador de Setembro de 2011 à Julho de 2014. A partir de Outubro de 2011, Zamaz também começa a lançar versões para Windows. Essa versão não tinha uma interface, exigindo que a rom fosse arrastada para cima do executável do emulador para ser rodada (acredito que isso existia desde a primeira versão de Joe em 1999). Em relação à versão anterior de Tamentis lançada em 2008, Zamaz adicionou filtros de vídeo, seleção automática de região, um depurador 68k (o Cyclone 68k, de autoria de Dave, criado posteriormente ao término do DGen original), suporte à OpenGL, e diversas outras atualizações e melhorias. Desde 2014 o emulador não teve mais nenhuma versão lançada.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

A História dos Emuladores de Mega Drive - Gens

Hoje falaremos da história do Gens, um dos maiores dubladores de Mega Drive e também de consoles da Sega.


Gens (1999)

Gens foi iniciado em Julho de 1999 pelo francês Stephane Dallongeville, o Stef, apenas como protótipo. Em Outubro de 1999, lança sua primeira versão para MS-DOS. Apesar disso, mais adiante se popularizou como um emulador simples de Windows. Os únicos emuladores que rodavam bem na época eram Genecyst e KGen98, mas rodavam apenas em MS-DOS, e o Gens queria ser o primeiro emulador modo Windows com bom desempenho, e na época, os únicos disponíveis para esse sistema eram DGen e Megasis, que não tinham tão bom desempenho assim. O projeto Gens teve muito apoio da cena Genesis, como Steve Snake do KGen98, Atani de ports para Windows de Generator e Genital, Charles MacDonald do SMS Plus de Master System, Red5 do site The Genesis Project por testar o emulador e criar sua documentação e Christian Schiller do site Eidolon's Inn, entre outros. A primeira versão do emulador era semi-funcional, executando apenas o depurador 68k criado por Stef, chamado C68K, e rodando jogos em formatos BIN e SMD. Em Novembro, começa a dar suporte à opção reset. No ano de 2000, integra à partir de Janeiro o emulador Z80 de Neil Bradley, adiciona 4 botões no segundo controle de Mega, dá suporte à frameskip e já consegue executar 50% das roms do console. Em Fevereiro, lança a versão para Windows com parceria com o DirectX, conhecida como Wgens, e lança ao mesmo tempo a última versão para MS-DOS. Nessa versão, adiciona save state no formato do famoso emulador Genecyst. A partir de Março, começa a dar suporte à som, tanto pelo chip Yamaha, quanto pelo PSG. Em meio de Março, começa a usar o processador 68k de Neill Corlett e começa a emular o DAC. Na penúltima versão de Março, já rodava 75% dos jogos, e na última do mês decide continuar usando o Z80 de Neil Bradley depois de trocar diversas vezes entre os meses de Fevereiro e Março a emulação pelo Z80 de Mitton. Também em Março adiciona suporte à taxa de som de até 44.100hz. Em Abril, adiciona suporte à joypad. Em Maio, começa a dar suporte à diretórios específicos para salvamento de screenshots, save states e outros e carregamento de roms em formato .ZIP. Em Junho, adiciona a textura de jogos 2xSAI, a mesma usada nos emuladores de SNES, ZSNES e Snes9x, além da opção de pause. Também adiciona o modo Scanline, o famoso TV Mode (ou modo TV). Em Junho adiciona som estéreo. Em Setembro adiciona Game Genie, VSync e suporte a idiomas, iniciando pelos idiomas espanhol e francês, chegando em Junho de 2001 à suportar 23 idiomas ao todo, incluindo o português, quando para de dar suporte aos mesmos e retorna com apenas o idioma inglês. Em Outubro, dá suporte à screenshot. No ano de 2001, começa a dar suporte em Abril à netplay via Kaillera. Em Agosto, adiciona o modo stretch, que estica a tela do jogo. Um de seus diferenciais foi a adição de suporte à Sega CD em Setembro, sendo o primeiro emulador de Mega Drive a ter essa opção. Com essa atualização, vem o menu de bios, que mais tarde também dá suporte a bios de outros consoles suportados pelo emulador. Em Outubro, traz a opção de escolha de até 64kb de SRAM para a emulação de Sega CD. Em 2002, começa a dar suporte à partir de Julho ao ajuste de cor, com opções de alteração em contrate e brilho. E por fim, em Agosto, começa a rodar jogos de 32X. Além de todas as funções citadas, o emulador também dispunha de salvamento de configurações do emulador, várias derivações de Scanline, mudança de região de jogo, entre outras. A última versão do emulador é de Outubro de 2002. Seu fim se deve muito à concorrência com o Kega, iniciado em Janeiro de 2002, e renascido como Kega Lazarus em Setembro de 2002, e que no futuro se tornaria o famoso Kega Fusion. Na ocasião de lançamento, Kega é elogiado por Stephane como um emulador com boa compatibilidade de jogos, e de melhor velocidade que o Gens. Além disso também tinha suporte a Master System e Game Gear que o Gens não tinha. Uma das poucas vantagens do Gens era ter começado o suporte à Sega CD antes do Kega. Sobre seu ícone do executável, adiciona em Abril de 2000 e modifica em Dezembro de 2000, e seu ícone/logo no alto do emulador, adiciona em Junho de 2000 e modifica em Julho de 2002. Em Maio de 2003, Gens foi portado por Caz para BeOS e em Julho de 2003 para Linux/SDL por Stéphane Akhoun, usando o núcleo do port de Caz como base. Gens rodava em um simples Pentium 200MHz com 32Mb de memória RAM e placa de vídeo de 2Mb, uma configuração acessível no ano de 2002. Já para o Sega CD, era exigido um Pentium II 233MHz. Para 32X, era exigido um processador de 800MHz, com recomendação de até 1Ghz, o que na ocasião era considerada uma configuração de um computador top de linha.

Em Janeiro de 2005, uma equipe oriunda do SourceForge lança uma atualização do emulador, com algumas correções de bugs e aumento de compatibilidade, chegando a 92% dos jogos executados. Ela é conhecida como Gens 2.12b. Essa versão também troca o ícone no alto do emulador, e foi muito usada como base para diversos clones/hacks do projeto. Depois disso, DarkDancer, criador da bifurcação de Gens, Gens32, lança uma versão em Maio de 2006 conhecida como 2.14, com alguns elementos do Gens32. Ela ficou conhecida com o codinome de Souvenir, que significa memória em francês, e é a versão de Gens mais conhecida até os dias de hoje. Ambas as duas versões tiveram a participação de Stef. Nessa fase, Stef também teve a ajuda dos influenciadores Rodrigo Cardoso da bifurcação de Gens, Gens Plus! de 2004 e Fox68k do emulador de NeoGeo CD para Dreamcast, NEO4ALL de 2005. Por conta de seu enorme sucesso, Gens foi um dos emuladores mais clonados de todos os tempos. Tivemos versões clones de Windows como sGens em 2003, IDC Log Gens, Gens Re-Recording (também para Linux, com Nitsuja como um dos autores, que também ajudou na criação do FCEUX para NES), Gens (de autoria de Nick o'DIMM – nick ou-dem), DebuGens, Gens KMod e Gens Plus! (esse último se transformando em um multi-emulador Sega 8 e 16 bits) ambos em 2004, Gens32 em 2005, Gens Surreal (evolução do Gens32), Gens32 Ray (versão para PCs fracos do Gens Surreal) e Gens Tracer ambos em 2006, DualGens em 2008, Gens+ REWiND! e Gens/GS (também para Linux) ambos em 2009 e RaGens em 2018. Debu, Tracer e IDC são os únicos clones que não têm modificações aparentes na interface e créditos. Para outros dispositivos, foi portado para Xbox por XPort, como GensX e NeoGenesis em 2003 e Gens_xport em 2004 e por Hikaru como Gens X em 2003, para Android como Gnome Gens em 2003 e TigerGens em 2012 e para Dreamcast, como Gens4All em 2008 (pelo espanhol Daniel Lancha, o Chui, criador do PSX4ALL para PSX e colaborador do emulador PicoDrive de SMD). Os ports interessantes que podemos destacar são do Gens/SG de 2009 que vem com a proposta de limpar o código-fonte e combinar recursos de vários outros ports de Gens. Houve uma segunda versão do emulador chamada Gens/GS II que começou a ser escrita entre 2014 e 2016, mas nunca foi terminada. O IDC Log Gens de 2004, conhecido também como GensHack, que tem um processo de entender instruções de montagens de uma rom. Gens Re-Recording de 2004, conhecido anteriormente por Gens Movie Test, que é especialista na gravação de vídeos e todas as ferramentas em torno disso, sendo um emulador muito usado pela comunidade TASVideos, um YouTube de jogos gravados em emuladores. E o DualGens de 2008, que foi desenvolvido para comparar diferenças entre roms. Os ports restantes acrescentam efeitos de imagem, vídeo, informações de partes técnicas do emulador e das roms em execução, entre outros.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

A História dos Emuladores de Mega Drive - Generator, Megasis e VGen

Hoje falaremos dos emuladores Generator, Megasis e VGen.


Generator (1998)

Generator foi um emulador que teve início em Novembro de 1997, criado por James Ponder para um projeto de terceiro ano para sua faculdade. Sua primeira versão foi lançada em Março de 1998 para UNIX (também rodando em Linux), estando na lista dos primeiros emuladores para Mega Drive. O projeto nasce de código aberto e é construído para ser portável para outros sistemas, como Solaris, Net, Risc e Open BSD e RiscOS. Suas primeiras versões não davam suporte à som, à joypad, nem à save state, além de apresentarem muitos bugs. Em 1999, ganha ports para o Amiga por AmiDog e MacOS por Richard Bannister. Em Janeiro de 2000, começa a dar suporte à som emulando o processador Zilog Z80 (pelo Multi-Z80 de Neil Bradley) e o chip YM2612 (de Tatsuyuki Satoh). Também na mesma data, traz melhorias para o processador M68k e paletas, entre outros. A primeira versão para Windows é lançada em Fevereiro de 2000 com o nome de Generator32, e criada por Atani (com encerramento em Maio). Essa versão rodava muito acelerada para computadores lentos da época, sendo impossível jogar algo executado nela em computadores de hoje. Em Abril de 2000, James lança um segundo port original do emulador, agora para MS-DOS. Essa versão tinha uma front-end fixa que permanecia na tela junto com jogo. A mesma podia ser desativada por um atalho do teclado. Além disso, também tinha suporte de vídeo NTSC/PAL, escolha de região entre EUA/EU e JP, tela cheia, reset, save state, screenshot e alterações de qualidade de vídeo. Uma curiosidade é que o emulador de James usava seu próprio emulador 68k, diferente de outros projetos do mundo da emulação. Inclusive nasceu com essa proposta, de criar técnicas de emulação de processadores (como o 68k, por exemplo) de forma otimizada. Em Agosto de 2001, começa a adicionar a emulação de Z80 pelo Raze Z80 de Richard Mitton. Sua última versão é datada de Maio de 2003 para Linux e MS-DOS. O emulador também teve diversos outros ports, como para os Pocket PCs, iPAQ e Cassiopeia (os percursores dos smartphones) em 2001 por Domenico Dato como PocketGenesis, dois ports para Dreamcast em 2002 por Atani Software e por MetaFox, para Playstation 2 em 2002 por Sjeep (e em 2010 também funcionando em PS3 compatíveis com PS2, por aries2k), PSP em 2005 por sougen, além do sistema UNIX por Christian Biere. A curiosidade é que a partir de Agosto de 2003, Richard, que portava o emulador para Mac, começa a desenvolve-lo por si só (agora já no sistema MacOS X). A última atualização do emulador por Bannister foi em Novembro de 2022.

Megasis (1998)

Megasis (mistura de Mega com Genesis) foi um emulador de Mega Drive lançado em 11 de Novembro de 1998, pelos japoneses JT e Bori. A curiosidade é que foi lançado para Windows, quando na época a maioria dos emuladores eram lançados para MS-DOS. Para rodar corretamente o emulador necessitava-se de um Pentium 133MHz no mínimo, e um Pentium 2 como recomendado. Necessitava-se também de uma placa gráfica com suporte a DirectDraw e se possível com aceleração de hardware. Em som, era pedido suporte à DirectSound. O emulador só começa a funcionar de fato na atualização de Dezembro de 1998, quando começa a emular o processador Z80, e os chips PCM e FM de som, como também a corrigir bugs do processador 68k. O emulador tinha a emulação perfeita do chip YM2612 (o chip FM do console), além de som estéreo com até 44.100hz de qualidade. Também tinha save state (nos formatos .GSV e .KSB) e rodava os formatos de jogos BIN e SMD, e os compactados ZIP e LZH. Além disso, também dava suporte à pause, reset, frameskip (com grande aceleração para computador simples), modo tela cheia, vários modos de janela, várias regiões de jogos, gravação de som em formato .WAV, além de gravação de som FM e PCM, efeito de eco, alteração do clock do processador 68k, suporte à joypad com seis botões, emulação da VDP (que é a GPU do console), edição de teclas de atalho para várias funções do emulador, entre outros. Megasis teve seis versões ao todo, sendo a última lançada em Abril de 2001. De Novembro de 1998 em diante, era pedido pelos fãs uma versão para MacOS. Parece que havia alguma sinalização por parte dos criadores para isso na época. Em Janeiro de 2000, chegou a ser postado na página inicial do projeto que seria desenvolvida essa versão, mas em Junho do mesmo ano essa informação já havia sido tirada do ar.

VGen (1998)

VGen ou Virtual Genesis começou a ser desenvolvido em 1997 por Jason Meehan, e foi lançado em Março de 1998 para MS-DOS. A partir de Maio de 1998, começa a executar jogos por linha de comando, e na versão de Novembro de 1998 começa a emular som por meio do Zilog Z80. O emulador emula também os dois chips de som do console, o PSG e o YM2612. Os processadores que usava eram o 68k de Neill Corlett e o Z80 de Neil Bradley. O VGen disponibiliza mais adiante uma GUI que você controla pelo mouse, além de suporte à dois controles, dando suporte à vários estilos de joypad, vários modos e formatos de tamanho de tela, frame rate, reset, até 44.100hz de som, alteração de região de jogo e acesso à várias informações técnicas do emulador, entre outros. Apesar dessa diversidade de opções e informações, o emulador era muito deficitário em velocidade, som e compatibilidade, nunca tendo saído do estado alpha. VGen também deu suporte à bios do Sega CD sem a execução dos jogos. Dizem que o emulador teria sido o primeiro a rodar a bios do Sega CD na primeira versão lançada em 1998, quando na verdade o primeiro à roda-la foi o emulador NextLEVEL em Outubro de 1997. Algumas informações sobre Sega CD foram trazidas por Christian Schiller dono do site Eidolon's Inn. Além do Sega CD, Master System e Game Gear também eram planejados para o emulador. O emulador era executável em um Pentium 1 com 8Mb de RAM. Sua última versão é lançada em Junho de 2001. A que se tem notícia, o emulador teria tido quatro versões lançadas ao todo, a de lançamento, duas em 1998, nos meses de Maio e Novembro e a de encerramento.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

A História dos Emuladores de Mega Drive - KGen, KGen98, Kega, Kega Lazarus e Kega Fusion

Hoje falaremos de todos os emuladores criados por Steve Snake, desde os clássicos KGen e KGen98, bastante famosos nos anos de 1990, até Kega, Kega Lazarus e o consagrado Kega Fusion, um dos maiores emuladores, não só de Mega Drive, como de consoles da Sega da história. Confira.


KGen / KGen98 / Kega / Kega Lazarus / Kega Fusion (1997)

KGen, abreviação de Kega Genesis, foi lançado em Agosto de 1997, por Steve Snake, ao lado de Kode e Muzak Ltd para MS-DOS. O projeto é desenvolvido no período de dois meses, de Junho à Agosto. Descrevendo o emulador, ele funciona em linha de comando, sem uma interface própria (ganhando uma GUI a partir de Setembro de 1997), tinha função VSync para rodar jogos em um Pentium 200 com o dobro da velocidade de um Mega Drive comum, e a velocidade comum do console em um Pentium 133, além de screenshot (no formato .PCX), configuração de controle por teclado e joypad, frameskip, mudança de região, além de uma boa emulação do chip de som YM2612, e a partir de Outubro de 1997 do PSG Sound. O emulador também tinha save state, porém, diferente dos outros emuladores, aqui se chamava snapshot, e os salvava no formato KSS. A partir de Setembro de 1997, começa a carregar save state também no formato GSV, correspondente ao emulador Genecyst. Em Maio de 1998, foi lançada uma front-end (interface) para modo Windows do emulador por Airds, chamada Kgen Loader, atualizada até Agosto de 1998. A mesma pessoa também criou versões para GenEm de Mega Drive e ESNES e Snes9x para SNES. Steve teve ajuda de algumas pessoas no projeto, como Colin Rodgers e Stuart McKenna com informações sobre os microprocessadores Z80A e 68K, o amigo Warren Mills pelas informações de seu próprio emulador de Z80, e o criador do Magic Engine de PC Engine, David Michel, ajudando em algumas dúvidas, entre outros. O emulador teve oito versões entre Agosto e Outubro de 1997, quando encerra suas atividades.

Em final de 1997, Steve começa a criar o emulador para processadores MMX, uma nova tecnologia da Intel lançada no início do ano. Por conta de vários truques de otimização usados na emulação, a velocidade ganha pelo processamento MMX quase não é notada, fazendo Steve desistir da ideia, que era chamada de KGen-X. Após isso, começa a desenvolver o KGen98, totalmente reescrito e com melhor desempenho que o KGen-X, lançando-o em Junho de 1998 para MS-DOS. Além de uma melhor performance, também reescreve e aprimora parte da GUI, adiciona suporte à Game Genie, melhora a qualidade de vídeo, com adição de scanlines, modo 8/16 bits, entre outros, e traz qualidade de som estéreo ao emulador. Seu save state agora pode ser criado e acessado dentro do jogo, não mais precisando recorrer ao menu principal. KGen98 teve apenas quatro versões, todas em Junho. Também em Junho, a front-end Kgen Loader começa também a dar suporte ao Kgen98. Por conta do sucesso de seu emulador, a Sega chama Steve para ser programador líder do projeto Sega Smash Pack para Windows. Para isso, usam o Kgen98 de Steve, que recebe algumas alterações e fica de cara nova. A coletânea é lançada em 1999, com oito jogos, Golden Axe, Shinobi, Phantasy Star II, OutRun, Columns, Sonic Spinball, Altered Beast e Vectorman. Em seguida, vem Sega Puzzle Pack, também lançada em 1999, com os jogos Dr. Robotnik's Mean Bean Machine e Columns III, além do puzzle Lose Your Marbles criado pela Sega em 1997. E por fim, vem Sega Smash Pack II, que continha os jogos Comix Zone, Flicky, Kid Chameleon, Shining Force, Sonic The Hedgehog 2, Super Hang-On e Vectorman 2, em 2000. Na ocasião, recebe uma proposta da Sega para criar um novo emulador especialmente para os futuros pacotes Sega Smash Pack, que seriam lançados para Dreamcast e GBA, mas Steve recusa e o projeto é desenvolvido por outros criadores. Esses lançamentos sem Steve foram Sega Smash Pack Volume 1 em 2001 para Dreamcast e Sega Smash Pack em 2002 para GBA.

Depois de quase quatro anos afastado, Steve ressurge sozinho com o lançamento do Kega em Janeiro de 2002 para Windows, que vinha com o recurso de Sega CD, já usado no concorrente Gens. O Kega não usa nenhum código fonte do KGen98, a não ser partes dos núcleos 68k e Z80. O restante foi todo reescrito do zero, e agora com suporte à Windows. O diferencial era sua rapidez e compatibilidade com os jogos. Ele vinha todo repaginado, com uma interface completamente diferente e diversas outras opções incluídas, como configuração de bios pros consoles emulados, vários tamanhos de tela, TV mode (o modo TV), a seleção de qualidade em hz para som, dando a escolha entre 11025, 22050 e 44100Hz, a opção Perfect Sync, que sincronizava os dois núcleos 68k de SegaCD para uma sincronia perfeita (sendo sugerida apenas para PCs potentes e para jogos específicos), entre outros. Kega também tinha suporte à jogos compactados em formato .zip (apenas para os jogos de SMD). O diferencial do projeto era que o código havia sido criado pelo próprio Steve. Em Março de 2002, Kega inclui os consoles Game Gear e Master System, tendo mais tarde despopularizado o emulador Meka, consagrado até então para jogos desses consoles, principalmente de Master System. O projeto tem cinco versões lançadas, sendo a última em Março de 2002.

Em Setembro de 2002, Steve surge com uma versão alternativa com o nome de Kega Lazarus. Era o recomeço do emulador, e mais um recomeço de um emulador de Mega Drive na história de Steve. Steve havia tido uma falha de hardware e perdido todos os códigos fontes do Kega, com exceção do código da versão 0.02 de Janeiro de 2002, a terceira versão do emulador. Muitas das mudanças do emulador continuaram, e outras novas surgiram, como um núcleo Z80 completamente novo, emulação mais rápida de Master e Game Gear e melhorias na emulação de Mega e Sega CD. Ele era basicamente idêntico ao Kega em interface e opções. A segunda versão do Kega Lazarus surge somente sete meses depois da primeira, em Abril de 2003. Essa versão foi especial para Master e Game Gear, com todo o tipo de melhoria para os consoles, desde compatibilidade, gráficos, até desempenho. Na versão de Maio de 2003, adiciona também suporte aos consoles SG-1000 e SC-3000 da Sega. Na última versão de Junho de 2003, faz melhorias no suporte ao Sega CD, adicionando suporte Bin/Cue, melhorando o suporte Iso, entre outros. Steve disse que essa versão supera em todos os aspectos a última versão lançada do antigo projeto, o Kega. O emulador teve seis versões, sendo da segunda à quarta versão, ou seja 3 delas, dedicadas quase que exclusivamente na otimização dos consoles Master e Game Gear. É citado em alguns sites que o projeto teria adicionado suporte à 32X, mas nem nos arquivos “leia-me”, e nem nos próprios emuladores esse suporte era falado e executado.

Um ano sem atualizar o Kega Lazarus, Steve lança seu último emulador, o consagrado Kega Fusion, em Julho de 2004. O projeto é a junção de parte dos emuladores Kega e Kega Lazarus com o Kega Fusion. Boa parte do código fonte foi reescrita do zero permanecendo o mais próximo possível aos projetos anteriores de Kega, mantendo a interface de usuário e as funções do emulador. É só a partir dessa nova fase que Steve consegue dar suporta a 32X em um de seus emuladores, lançando o mesmo na primeira versão do Fusion. Como ele descrevia, era o emulador com maior precisão entre todos na época para emular o add-on. Além de todos os suportes à consoles, emulação de chips e processadores, ferramentas e desempenho também presentes no Kega Lazarus, adiciona muitas outras funções ao emulador. Ainda em 2004, da suporte à plug-ins de renderização como o 2xSai, hq2x, e dois criados por Snake, como Double e DoubleRaw. Nessa época, começa a desbancar o emulador Gens até então prioritário para jogos do console de 16 bits. Com o tempo, todos os demais emuladores de consoles da Sega abaixo do Sega Saturn começam a ser despopularizados por conta do emulador de Steve. A partir de 2005, o emulador muda sua numeração de 0.1 para 3.0. O motivo se deve à essa numeração estar ligada à emuladores que ainda estão em estágio muito inicial, o que causava falta de interesse das pessoas de baixá-lo. Steve então teve a ideia de alterar isso, e já que Fusion era o terceiro emulador de sua sequencia Kega, o coloca como 3.0. Nessa versão, a de Fevereiro de 2005, adiciona suporte à formato MP3 nos áudios de jogos de Sega CD, além da trapaça Pro Action Replay. Em Fevereiro de 2006, adiciona suporte à Netplay, diferente de muitos emuladores que costumavam usar o servidor Kaillera. Nessa versão, o usuário podia escolher o servidor que quisesse para hostear suas jogatinas. No ano de 2007, não houve atualizações. No ano de 2008, houve também importantes atualizações, como em Dezembro de 2008 com o suporte a SVP (Sega Virtua Processor), utilizado para rodar o jogo Virtua Racing, que em seu original vinha em um cartucho especial para gerar gráficos 3D. Esse suporte foi trazido inicialmente no emulador PicoDrive, o último concorrente do Fusion. Também no mesmo mês, o Fusion começa a rodar no sistema MacOS X. Em Setembro de 2009, é a vez do Linux rodar o emulador. Nesse mês o Mac também ganha mais uma versão. O emulador também tinha suporte à Direct3D graças ao trabalho conjunto com o DirectX. Sua última versão, e ainda usada nos dias de hoje, foi lançada em Março de 2010. O emulador teve dezesseis versões ao todo.

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